sábado, 24 de dezembro de 2011

PÁSSAROS BRASILEIROS CONTRABANDEADOS



O galo-da-serra (Rupicola) e o rouxinol do Rio Negro (Icterus chrysocephalus) são dois pássaros pouco conhecidos da maioria dos brasileiros. Mas no Japão, estas e outras espécies existentes 
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na Amazônia são valiossímas. Considerado a Monalisa do tráfico, o rouxinol contrabandeado dos seringais da Amazônia é vendido pela bagatela de US$ 120 mil (R$ 261,2 mil) no lucrativo mercado internacional da biopirataria e do tráfico de animais. 

A revelação foi feita por José Leland Juvêncio Barroso, analista do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no Amazonas , em depoimento à CPI da Biopirataria, em 2005. Além dos pássaros, segundo Leland, os biopiratas têm levado da Amazônia essências de plantas, microorganismos, peixes ornamentais, solo e até amostras de água dos rios amazônicos. Isso sem falar no sangue dos índios já à venda na rede mundial de computadores.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

JEAN GENET, TOUJOUR

O Thèâtre du Gymnase, em Paris, onde Jean Genet viu estrear em 1960, pela mão de Peter Brook, uma versão de A Varanda que lhe desagradou profundamente, dedica-se hoje a espectáculos musicais e à apresentação sucedânea de peças com títulos como Os Homens Vêm de Marte e as Mulheres de Vénus, Como Casar com um Milionário e A Lésbica Invisível - One woman show. Longe, portanto, de peças de confronto e reflexão como as que Genet desejava, ao ataque de um público que se havia aburguesado e recusava ver, e estar, num teatro, como se estivesse em carne viva.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

ESTUDO MOSTRA QUE A VIDA É POSSÍVEL EM MARTE


SYDNEY — Cientistas australianos, que desenvolveram um modelo das condições de Marte para examinar quais regiões seriam habitáveis, afirmaram em um artigo publicado na edição desta segunda-feira da revista científica Astrobiology que "vastas regiões" do planeta vermelho poderiam abrigar a vida.
A equipe de Charley Lineweaver, da Universidade Nacional Australiana, comparou modelos de condições de temperatura e pressão com as de Marte para calcular quanto do planeta seria habitável para organismos similares aos terrestres.
Enquanto apenas 1% do volume da Terra - do centro à alta atmosfera - abriga vida, Lineweaver disse que seu modelo inédito demonstrou que 3% de Marte são habitáveis, embora a maior parte deste percentual esteja no subterrâneo.
"O que tentamos fazer, simplesmente, foi pegar quase toda a informação de que dispunhamos, juntá-la e dizer 'a ideia geral é consistente com a existência de vida em Marte?'", disse o astribiólogo à AFP.
"E a resposta simples é sim... Há vastas regiões em Marte que são compatíveis com a vida terrestre", acrescentou.
Enquanto estudos anteriores assumiram uma abordagem "fragmentada" ao examinar locais específicos de Marte em busca de sinais de vida, Lineweaver disse que sua pesquisa é uma "compilação abrangente" de todo o planeta, com base em décadas de dados.
Foi encontrada água congelada nos pólos de Marte e o estudo da universidade australiana examinou quanto do planeta poderia reter água, "que o tornasse habitável nos padrões terrestres para micróbios similares aos terrestres".
O ambiente de baixa pressão de Marte significa que a água não pode existir em estado líquido e vaporizaria na superfície, mas Lineweaver afirmou que as condições seriam adequadas no subterrâneo, onde o peso do solo daria a pressão adicional necessária.
O planeta seria quente o suficiente em algumas profundidades para bactérias e outros microorganismos se desenvolverem, devido ao calor do centro do planeta.
A temperatura média na superfície de Marte, o vizinho mais próximo da Terra, é de -63ºC.
Lineweaver afirmou que seu estudo é "a melhor estimativa já publicada sobre quão Marte é habitável para os micróbios terrestres" e uma descoberta significativa, uma vez que a humanidade evoluiu a partir da vida microbiana.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

DESENHOS INDIGENAS BRASILEIROS

Os índios Kadiwéu ou Cadiuéu são também chamados de índios cavaleiros, descendentes dos Mbaya-Guaicurus, com fama de terem sido excelentes guerreiros. Nos conflitos escondiam-se no dorso dos cavalos para enganar os inimigos, fazendo-os pensar que os cavalos estavam sem cavaleiros. Destacaram-se pela tenaz resistência, imposta aos espanhóis e portugueses, em conflitos na bacia do rio Paraguai quando da colonização do Brasil.
Habitam a Serra da Bodoqueira, entre Bonito e Jardim, no Mato Grosso do Sul, num território de 100 mil hectares. Suas principais atividades são a criação de gado, a agricultura de subsistência, a caça, a pesca e o maravilhoso artesanato.
Os Kadiwéu são admirados pelo excelente trabalho que realizam com o barro, principalmente no que se refere à decoração das peças. São desenhos geométricos com cores fortes - preto, vermelho, ocre, amarelo, branco, verde e outras. Os corantes utilizados são naturais: minerais e vegetais da região.
A trabalho de modelar o barro é predominantemente feminino, como sempre acontece nas tribos indígenas.
Os desenhos gráficos dos Kadiwéu influenciam bastante os trabalhos de estilistas, pintores e outros artistas de Mato Grosso do Sul. Nas lojas de Campo Grande, capital do estado, é comum encontrar os mais variados objetos ostentando símbolos artísticos dos indígenas.
Algumas lojas de artesanato de Bonito vendem peças cerâmicas originais dos índios Kadiwéu, mas é preciso ter certeza da originalidade

ARTE POVERA


Arte Povera, significa Arte Pobre e foi um movimento artístico italiano que se desenvolveu na segunda metade da década de 60. Este grupo de jovens artistas italianos, sitiados em Turim, Milão, Génova e Roma, usava materiais de pintura não convencionais, como por exemplo a areia, madeira, sacos, jornais, cordas, terra e trapos, com o intuito de empobrecer a pintura e eliminar quaisquer barreiras entre a arte e o dia-a-dia das pessoas. Esta corrente surje num momento em que os artistas se voltam para a natureza ou derivados, rompendo com os processos industriais, mostrando o empobrecimento de uma sociedade guiada pelo acumular de riquezas materiais.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

ARTE DA RELAÇÃO / PRESENÇA

Vôo III, objeto de Gilda Goulart


Regia d' Itália :Tela, série Mandalas, de Vicente de Percia

Collettiva degli artisti plastici Gilda Goulart e Vicente de Percia. Goulart basa e si ispira per le sue opere nello stilista italiano Emilio Pucci; sono oggetti composti da vari materiali e tecnica mista, alti e bassi rilievi con cromatismi accentuati come quelli di Pucci, artista degli anni 60 che influenzò il designer mondiale. De Percia con la propria tematica "Mandala" mostra tecnica mista su tela sottolineando la circonferenza; in particolare questa opera ricorda i colori dell'Italia, rosso, bianco e verde. Completa l'ambiente con oggetti che rappresentano un omaggio all'Arte Povera italiana. Sono materiali presi dalla vita quotidiana. Andrea Lanzi Arte : de Percia, Vicente. Título: Regia d' Itália. Técnica: tinta acrílica s/ tela, colagem, assemblage, diâmetro 1m 20cm


BRASITALIA - Forte Copacabana, Rio de Janeiro de 7 a 11 de Dezembro das 10hs às 23hs

terça-feira, 29 de novembro de 2011

IMAGENS DO INFERNO CONTEMPORÂNEO

Por Alexandre Pilati
Está disponível no Brasil uma das obras primas de Dino Buzzati (1906-1972), autor italiano internacionalmente conhecido pelo romance O deserto dos tártaros (1940). Trata-se do Poema em quadrinhos
i (Poema a fumetti, 1969), uma lancinante recriação gráfica e textual da descida de Orfeu aos infernos à procura de sua amada Eurídice. Dessa reunião entre grafismo e um texto poeticamente apuradíssimo nasceu uma das mais originais recriações do mito órfico e uma das mais instigantes viagens críticas nos meandros das estruturas políticas e culturais da alta modernidade.
Ao que parece, a forma encontrada por Buzzati para se expressar é fruto de um profundo dilaceramento do criador quanto aos materiais que escolhe para dar vazão à matéria poética. Longe de ser um mero texto ilustrado, Poema em quadrinhos é um texto de grande densidade poética articulado, de maneira magistral, a um registro gráfico que não é apenas legenda imagética do texto, mas que funciona como uma instância outra da própria poesia que a criação buzzatiana emana. Nesse sentido, a obra também poderá ser lida como um grito órfico (pela possibilidade de resistência crítica da arte) no meio da pasmaceira estética da indústria cultural. A fórmula de Buzzati, entre texto e imagem, surge, talvez, do dilema que foi indicado por ele mesmo em um livro de entrevistas, intitulado Dino Buzzati, pitore (1969). Como aparece reproduzido na edição brasileira, o artista afirma sobre o seu metier: “Sou um pintor que, por hobby, durante um período infelizmente bastante longo, fez-se também escritor e jornalista. O mundo, no entanto, crê que seja o contrário e não ‘pode’ levar a sério minhas pinturas”.
Levando a sério a empreitada gráfica e textual de Buzzati no Poema em quadrinhos, o leitor poderá fruir a eficácia estética atingida pelo autor na combinação das duas linguagens, que, na obra, diga-se de passagem, funcionam como uma terceira e potente linguagem artística, tamanha é a integração tensionada entre elas. E não poderia ser diferente, uma vez que a escolha do próprio tema impõe um desafio formal ao autor. Trata-se do velho mito de Orfeu que desce aos infernos para resgatar a amada Eurídice. Adaptado para a realidade contemporânea, os personagens centrais são nomeados como Orfi, um jovem cantor pop, e Eura, sua amada que desce ao inferno. Este nada mais é do que uma casa misteriosa e fantasmática na Via Saterna, em Milão, localizada em frente à janela de Orfi. Um dia, o cantor vê entrar na casa um vulto que lhe parecer ser o de Eura, que ultrapassa a porta, como se fosse um espírito. Posteriormente, Orfi sabe que Eura estava morta e decide entrar na casa-inferno para resgatar sua amada. Depois de uma série de acontecimentos, é dada a Orfi a chance de cantar uma canção capaz de emocionar o reino dos mortos o que lhe dará a oportunidade de encontrar a sua amada e retornar ao mundo dos vivos.


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sábado, 26 de novembro de 2011

CORPORAÇÕES




Por Ladislau Dowbor* “There is a big difference between suspecting the existence of a fact andin empirically demonstrating "






Todos temos acompanhado, décadas a fio, as notícias sobre grandes empresas comprando-se umas as outras, formando grupos cada vez maiores, em princípio para se tornarem mais competitivas no ambiente cada vez mais agressivo do mercado. Mas o processo, naturalmente, tem limites. Em geral, nas principais cadeias produtivas, a corrida termina quando sobram poucas empresas, que em vez de guerrear, descobrem que é mais conveniente se articularem e trabalharem juntas, para o bem delas e dos seus acionistas. Não necessariamente, como é óbvio, para o bem da sociedade. Controlar de forma organizada uma cadeia produtiva gera naturalmente um grande poder econômico, político e cultural. Econômico através do imenso fluxo de recursos – maior do que o PIB de numerosos países. Político, através da apropriação de grande parte dos aparelhos de Estado. Cultural, pelo fato da mídia de massa mundial criar, através de pesadíssimas campanhas publicitárias – financiadas pelas empresas, que incluem os custos nos preços de venda – uma cultura de consumo e dinâmicas comportamentais que lhes interessa, e que gera boa parte do desastre planetário que enfrentamos. Uma característica básica do poder corporativo, é o quanto é pouco conhecido. As Nações Unidas tinham um departamento, UNCTC (United Nations Center for Transnational Corporations), que publicava, nos anos 1990, um excelente relatório anual sobre as corporações transnacionais. Com a formação da Organização Mundial do Comércio, simplesmente fecharam o UNCTC e descontinuaram as publicações. Assim, o que é provavelmente o principal núcleo organizado de poder do planeta deixou simplesmente de ser estudado, a não ser por pesquisas pontuais dispersas pelas instituições acadêmicas, e fragmentadas por países. O documento mais significativo que hoje temos sobre as corporações é o excelente documentário “A Corporação” (The Corporation), estudo científico de primeira linha, que em duas horas e doze capítulos mostra como funcionam, como se organizam, e que impactos geram. Outro documentário excelente, “Trabalho Interno” (Inside Job), que levou o Oscar de 2011, mostra como funciona o segmento financeiro do poder corporativo, mas limitado essencialmente a mostrar como se gerou a presente crise financeira. Temos também o clássico do setor, “Quando as Corporações Regem o Mundo” (When Corporations Rule the World) de David Korten. Trabalhos deste tipo nos permitem entender a lógica, geram a base do conhecimento disponível. Mas nos faz imensa falta a pesquisa sistemática sobre como as corporações funcionam, como se tomam as decisões, quem as toma, com que legitimidade. O fato é que ignoramos quase tudo do principal vetor de poder mundial que são as corporações. Agindo no espaço planetário, e na ausênciade um governo mundial, poucas empresasmanejam grande poder, sem nenhum controle É natural e saudável que tenhamos todos uma grande preocupação em não inventarmos conspirações diabólicas, maquinações maldosas. Mas ao vermos como nos principais setores as atividades se reduziram no topo a poucas empresas extremamente poderosas, começamos a entender que se trata, sim, de poder político. Agindo no espaço planetário, e na ausência de governo mundial

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

CRÍTICA DA ÓPERA "A VALQUÍRIA" DE RICHARD WAGNER TEMPORADA 2011, THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO

"A Valquíria" drama em três atos libreto e música de Richard Wagner estreou no Theatro Municipal de São Paulo em 17 de Novembro, temporada 2011 com várias récitas. A célebre e difícil ópera exige cantores com timbres e perfomaces diferenciados, fora cenários e figurinos que aproximem o público com O Ouro do Reno e a trilogoia Wagneriana porém, isto não ocorreu nessas récitas. " "A Valquíria" inicia-se com a tormenta e no " Ouro Do Reno" assistimos as belas encenações aquáticas e o Reno correndo para o Mar.
"A Valquíria" a intensidade Wagneriana explode desde o I ato após o casamento de Sieglinde e Sigmund ignorando a força e divindade de Wotan. O prelúdio é um chamamento de uma tempestade. Raios, trovões. A condução musical do I ato oferece o brilho dos contra baixos e violoncelos e abre para Sigmund a sua gloriosa entrada. No papel de Sigmund, Martim Muehle não convence, não possui a voz para o enfrentamento com os instrumentos e o volume exigido, mostra-se um herói titubeante. A atração dos dois irmãos com duplo significados e das constantes emoções e pressentimentos estão plantados. Há mudanças do clima da música e Muelhle não corresponde a elas. Lee Bisset (Sieglind), soprano escocesa, vive seu personagem com distinção, apesar de alguns floreios que antecipa a vontade de vê-la em uma ópera de Verdi, brilha com sua voz e presença. Gregory Reinhart (Hunding), baixo americano é perfeito, com excelente voz e apropriado para o papel nos aproxima do pesado acompanhamento das trompas. A forte emoção é prejudicada por um figurino eclético, incompreensivo, a tentativa de ser "contemporâneo" se perde por falta de um segmento estético cênico. Com um cenário barroco, cheio de objetos desnecessários, lustres de cristais, moveis atuais, ex votos, o afastamento se dá impedindo o público apreciar através da identidades mitológicas às cenas e cantos magistrais. A exortação para vitória dos Wälsung é o extase da paixão no beijo dos irmãos; a conquista da espada não é bem resolvida. " Existe autoridade do compositor, ela está permanentemente tecendo percepções dos afetos, e seus personagens enquadram-se em metáforas do inconsciente para surpreender e narrar uma dialética onde o personagem central praticamente não luta com um antagonista" Vertentes do Amor e Morte" edit/ Bow Art International , 2009, SP. Vicente de Percia.
II Ato
Novamente no prelúdio são ouvidos a cavalgada das Valquirias. Janice Baird, soprano americna defende com fidelidade (Brünnilde). Já Stefan Heideman( Wotan) não convence. A atmosfera tempestuosa que deveria estar presente não existe e, é novamente prejudicada pelo controvertido figurino e cenário. No cenário uma tentativa inútil de uma desterritorização voltada para signos, símbolos e arquétipos brasileiros, não convence. Denise de Freitas (Fricka) meiossoprano brasileiro também não possui o registro Wagneriano, oscila nos agudos e imprime a seu personagem, gestos exagerados, parece querer dominar a cena a todo custo, com voz equivocada perde a ascensão que o personagem exige. Passa despercebida a sua exigência da vingança de Wotan em relação a Hunding. O canto de morte profético não convence, falta a solenidade Wagneriana. É o ato mais fraco, pois não possibilita a grande retirada cênica de Sieglind, o grito de horror. A despedida.
AtoIII
A Cavalgada das Valquíras abre esse ato. A extrema agitação exigida se perde diante dos figurinos, cenários e alegorias apresentados, "carnavalesco". A notícia e profecia que Brünnhilde anuncia a Sieglinde que será a mãe Siegfried está voltada no motivo de Siegfried. Não há mudanças expressivas nesse ato; os rostos dos deuses desfigurados em face da desobediência; à cena em que a Valquíria jaz em penitência aos pés do pai é desperdiçada. Já os sentimentos de Wotan, o dever de punir não são claros. A cena entre Wotan e Brünnilde e introduzida por uma passagem orquestral é o melhor deste ato. Os demais cantores contribuiram em parte para este desafio que foi a montagem de A Valquíria de Richard Wagner ausente dos nossos palcos à décadas. A Orquestra Sinfônica Municipal, regência e direção de Luiz Fernando Malheiro saiu-se bem, valorizando as trompas, harpa e trazendo o fogo mágico dos deuses. André Heller merece nossa atenção, porém não se viu " A Valquíria" tão aguardada. O Theatro Municipal de São Paulo apesar de anunciar todas as récitas esgotadas a casa tinha muitos lugares vazios. Grande parte do público abandonou o espetáculo no final do II ato. O que denúncia que o espetáculo não agradou como anunciado.
Vicente de Percia

Comentários



A crítica de Vicente de Percia revela conhecimento da obra de Wagner e seus comentários se assemelham muito com as minhas opiniões sobre a produção desta ópera no Theatro Municipal.Parabéns pela perfeita compreensão e reconhecimento dos erros no que se refere à "reggia" de André Heller Filipe, bem como nas concepções cenográficas e na escolha das vozes intérpretes de seus personagens.
Por Marco Antonio Seta em CRÍTICA DA ÓPERA "A VALQUÍRIA" DE RICHARD WAGNER ... às 05:48

Marco Antonio Seta disse...
A crítica de Vicente de Percia revela conhecimento da obra de Wagner e seus comentários se assemelham muito com as minhas opiniões sobre a produção desta ópera no Theatro Municipal.Parabéns pela perfeita compreensão e reconhecimento dos erros no que se refere à "reggia" de André Heller Filipe, bem como nas concepções cenográficas e na escolha das vozes intérpretes de seus personagens.



21:00

Maria João Machado disse...
Consistente crítica de um conhecedor de Richard Wagner


Maria João Machado


Lisboa Portugal


Antônio V Perdegann disse...
Li e gostei. Parabéns


sábado, 12 de novembro de 2011

ARTE POVERA NA ITÁLIA







L’arte resta Povera ma si fa ricchissima… come ha dimostrato la scorsa edizione di Bologna Arte Fiera: tra le opere storiche più vendute spiccavano quelle degli autori dell’Arte povera.
Un rilancio sul mercato in concomitanza con la preparazione di una grande mostra-evento.Se ne è parlato presso la Triennale di Milano, lo scorso 22 gennaio, quando è stato ufficialmente presentato il progetto Arte povera, a cura di Germano Celant, mostra - evento che si svolgerà contemporaneamente, nell’autunno - inverno 2011, in diverse e importanti istituzioni museali e culturali italiane, nelle città di Bologna, Milano, Napoli, Roma e Torino.
L’iniziativa, che ha come fulcro il movimento nato nel 1967 con gli artisti Giovanni Anselmo, Alighiero Boetti, Pier Paolo Calzolari, Luciano Fabro, Jannis Kounellis, Mario Merz, Marisa Merz, Pino Pascali, Michelangelo Pistoletto, Emilio Prini, Gilberto Zorio, ha lo scopo di presentare su scala nazionale ed internazionale gli sviluppi storici e contemporanei di questa ricerca.
Il progetto vuole distribuire le varie fasi e i singoli momenti linguistici in differenti contesti, dal MAXXI di Roma alla Venaria Reale di Torino, dal MaDRE di Napoli al MAMbo di Bologna e alla Triennale di Milano.Insieme ai singoli responsabili museali Pio Baldi e Anna Mattirolo per il MAXXI, Alberto Vanelli per la Venaria Reale, di Eduardo Cicelyn per il MaDRE, di Gianfranco Maraniello per il MAMbo e di Davide Rampello, per la Triennale, il curatore Germano Celant ha concepito un progetto di mostra che, mettendo insieme un alto numero di opere storiche e recenti, possa funzionare come un viaggio nel tempo dal 1967 a oggi, in diverse situazioni architettoniche e ambientali, attraverso gli avvenimenti e i protagonisti dell’Arte povera.
Leggi il comunIcato di
ITALIA150
2011: Arte povera in Italiaa cura di Germano Celantautunno - inverno 2011

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

CULTURA DE CRISE OU CRISE DE CULTURA?

Por Rafael Azzi*
É consenso que vivemos atualmente uma crise do capitalismo e de seus valores. Então, é preciso entender melhor como funciona esse sistema, suas vantagens, suas desvantagens e sua história, a fim de buscar possíveis saídas para os problemas surgidos.
O sistema capitalista nasce em oposição ao antigo sistema aristocrático no qual as pessoas eram diferenciadas por seu nascimento. No sistema antigo, poderia-se nascer nobre, rico e cheio de privilégios ou nascer plebeu e sem direitos. Dificilmente essa situação mudaria ao longo de sua vida ou na de seus descendentes.
O sistema capitalista surgiu em oposição a esse velho modelo e trouxe à tona duas noções admiráveis: o trabalho e o mérito.
Teoricamente, no sistema capitalista todos nascem com iguais condições de serem bem sucedidos. Aquele que trabalhar e produzir mais pode subir na escala social e se tornar um vencedor. O mérito é o que diferencia quem sobe e quem desce. “Vence quem trabalha duro” é um dos pilares do pensamento capitalista.
Se isso já foi verdade algum dia, hoje não é mais, e este é o principal problema da crise. O sistema se transformou, e hoje o capital conseguiu se desvincular justamente dos dois formidáveis conceitos que o sustentavam, o trabalho e o mérito.
O problema da crise pode ser resumido em um simples lema: “faça o seu dinheiro trabalhar por você”. Na verdade, esse princípio retira o trabalho da equação do capital. Só os seres humanos podem trabalhar e produzir coisas ou ideias; o dinheiro não pode trabalhar nem produzir nada. Quando você faz o dinheiro “trabalhar”, na verdade está subtraindo da equação elementos como o trabalho, o esforço, a produção e o mérito. O dinheiro não se encontra mais no final da equação (trabalho + mérito = dinheiro), ele toma toda a equação (dinheiro = + dinheiro).
No entanto, isso se mostra falso, pois, como o dinheiro não é capaz de produzir nada sozinho, ele só se reproduz num sistema que tem por base uma única noção: a especulação. Criou-se um mercado bastante complexo no qual dívidas e promessas de lucro são vendidas e revendidas num ritmo alucinante, visando apenas à multiplicação do dinheiro através da multiplicação do risco envolvido. Assim, chegamos a um ponto em que 40% do PIB da maior economia do mundo é representado por um mercado baseado em nada, a não ser na pura especulação. As dívidas são roladas e especuladas com o simples objetivo de multiplicar o dinheiro, sem ter por lastro nenhum aumento de trabalho ou de produção. Mesmo um leigo em economia pode perceber que um sistema que não produz nada não pode se sustentar em longo prazo. Um dia, descobre-se que as fortunas foram construídas baseadas apenas em ar e então as bolhas estouram.
A questão central, portanto, não é a ganância desmedida dos envolvidos, mas o fato de o capital ter se desvinculado totalmente de princípios que lhe davam legitimidade e o sustentavam, como trabalho e produção. No novo sistema, o dinheiro gera mais dinheiro. Mas, como não há aumento da produção ou do trabalho, trata-se de ganho apenas virtual.
Atualmente, o dinheiro parece ser o único valor inquestionável da sociedade, seu único padrão. A melhor medida para dizer se uma sociedade vai bem ou vai mal é o desenvolvimento econômico. Basta que um país tenha dinheiro, não entram em cena questões como a felicidade da população, o respeito ao meio ambiente, os valores democráticos, os direitos humanos ou a possibilidade do desenvolvimento humano dos seus indivíduos.
Observa-se que o que vale para os países parece valer também para as pessoas. Não importa se o sujeito é mau caráter ou não, o importante para a sociedade atual é apenas o valor de sua conta bancária. Nosso único “valor” parece ser o financeiro.
Assim como as pessoas, os governos foram desviados do que é importante e passaram a ser guiados apenas pelo mercado financeiro. A lógica que realmente importa ao governo é a do crescimento econômico. Tal fato gerou uma relação de subserviência entre o poder político e o poder econômico. Desse modo, a democracia deixou de ser o governo do povo, para o povo e pelo povo e passou a ser o governo do dinheiro, para o dinheiro e pelo dinheiro.
Com o sistema financeiro ganhando autonomia e se distanciando das noções de trabalho e mérito, ele se distanciou também dos demais valores humanos. Eis o problema: o sistema se tornou desumano; a nossa sociedade se tornou desumana. Deixamos de nos importar com coisas que são relevantes para o ser humano e só conseguimos enxergar um valor: o monetário


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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

CONTRA O CAPITALISMO BAUMAN CONVOCA O IMAGINÁRIO

Por Zygmunt Bauman Tradução: Daniela Frabasile Imagem: René Magritte: Falso Espelho, 1935 (detalhe)
As notícias sobre a morte do capitalismo são, parafraseando Mark Twain1, um pouco exageradas. A capacidade surpreendente de ressurreição e regeneração é inerente ao capitalismo. Uma capacidade parecida com a dos parasitas – organismos que se alimentam de outros organismos, estando agregados a outras espécies. Depois de exaurir completa ou quase completamente um organismo hospedeiro, o parasita normalmente procura outro, que o nutra por mais algum tempo.
Há cem anos, Rosa Luxemburgo compreendeu o segredo da misteriosa habilidade do sistema em ressurgir das cinzas repetidamente, assim como uma fênix; uma habilidade que deixa atrás de si traços de devastação – a história do capitalismo é marcada pelos túmulos de organismos que tiveram suas vidas sugadas até a exaustão. Luxemburgo, no entanto, restringiu o conjunto dos organismos que aguardavam em fila, esperando a conhecida visita do parasita, às “economias pré-capitalistas”, cujo número era limitado e em constante regressão, sob o impacto da expansão imperialista.
A cada visita sucessiva, outra terra “intocada” era convertida em campo de pastagem para a exploração capitalista. Portanto, mais cedo ou mais tarde, não serviriam mais às necessidades da “reprodução ampliada” do sistema, já que não ofereceriam os lucros que tal expansão requeria. Pensando por essa trilha (um viés completamente compreensível, dado que a expansão há cem anos era principalmente territorial, mais extensiva que intensiva, mais lateral que vertical), Luxemburgo só poderia antecipar os limites naturais da duração concebível do sistema capitalista. Uma vez que todas as terras “intocadas” do globo fossem conquistadas e integradas à máquina de reciclagem capitalista, a ausência de novas terras de exploração iria forçar, ao fim, o colapso do sistema. O parasita morre, quando faltam organismos vivos de onde possa retirar alimento.
Hoje o capitalismo já atingiu uma dimensão global, ou está muito próximo disso – um cenário que Luxemburgo via em horizonte distante. Sua previsão estará a ponto de se concretizar? Penso que não. Nos últimos 50 anos, o capitalismo aprendeu a inimaginável e desconhecida arte de criar novas “terras intocadas”, em vez de se limitar às já existentes. Essa nova arte tornou-se possível porque o sistema viveu uma transição. A “sociedade de produtores” converteu-se numa “sociedade de consumidores”. E a fonte principal da “agregação de valor” já não está na relação capital-trabalho, mas na que há entre mercadoria e cliente. Lucro e acumulação baseiam-se principalmente na progressiva mercantilização das funções da vida; na mediação, pelo mercado, da satisfação de necessidades sucessivas; na substituição do desejo pela necessidade, como engrenagem principal da economia voltada para o lucro.
A crise atual deriva da exaustão de uma dessas “terras intocadas” criadas artificialmente. Milhões que pessoas foram obrigadas a abandonar a “cultura dos cartões de crédito” para se dedicar à “cultura das planilhas de gastos”. Por algum tempo, elas foram estimuladas a gastar o dinheiro que ainda não haviam ganhado, vivendo com crédito, falando de empréstimos e pagando juros. A exploração dessa “terra intocada” particular está, em linhas gerais, acabada. O sistema entregou para os políticos a tarefa de limpar os detritos deixados pela farra dos banqueiros. É algo que entrou na lista dos “problemas políticos”: passou de “problema econômico” para (citando a chanceler alemã, Angela Merkel) algo dependente de “vontade política”. Mas alguém poderia duvidar que estão em construção novas “terras intocadas” – as quais também terão vida bastante limitada, dada a natureza parasítica do capitalismo?
O sistema funciona por um processo contínuo de destruição criativa. O que se cria é capitalismo numa “fórmula nova e melhorada”; o que se destrói é a capacidade de auto-sustentação e vida digna nos inúmeros “organismos hospedeiros” para os quais todos somos atraídos e ou seduzidos, de uma maneira ou de outra. Suspeito que um dos recursos cruciais do capitalismo deriva do fato de que a imaginação dos economistas – incluindo os que o criticam – está muito atrasada em relação à sua invenção, a arbitrariedade do seu procedimento e crueldade com que opera

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

CRAZY HORSE

Após filmar o balé de Paris e uma academia de boxe nos Estados Unidos, Crazy Horse (2011) é a terceira vez seguida em que o documentarista Frederick Wiseman se aventura pelas imagens de corpos, de treinos e de preparação física. Existe entretanto uma grande diferença entre o cabaré parisiense e as duas instituições anteriores: enquanto estas eram baseadas numa rotina de coreografias precisas e repetidas, Crazy Horse mergulha a câmera num verdadeiro caos “artístico”.
Isso porque o balé é baseado numa disciplina determinada, em movimentos conhecidos dentro de uma certa paleta. O mesmo vale para o boxe e sua coleção limitada de golpes e saltos. De certo modo, o diretor sabia onde poderia encontrar seus movimentos, e posicionava a câmera no ponto esperado. No entanto, no caso do “maior cabaré de nus do mundo”, como o Crazy Horse se autointitula, Wiseman fica visivelmente perdido: nada é preciso, o próprio local quer renovar suas apresentações, a noção de criação e de performance é diretamente confrontada ao caráter volúvel dos artistas presentes.
Em outras palavras, enquanto o balé e o boxe apareciam como “categorias profissionais” muito bem definidas, com rotinas e gestões enquadradas, a dança de nus pode ser determinada de diversas maneiras. O documentário flagra a época em que um grande coreógrafo, histriônico e arrogante como poucos, assume a direção de um novo espetáculo, Désirs (“Desejos”). É deste homem que vêm a maioria das pérolas desta “profissão artística”, ideia eternamente vaga entre os sociólogos, principalmente porque a maioria dos artistas recusa a perceber seu trabalho como uma profissão qualquer. “Desculpem, mais eu não posso ser genial todas as manhãs, eu dependo da inspiração”, ele diz, ou ainda “Eu atraso mesmo, não se pode impor uma data à criação, o que estamos fazendo aqui é arte!”.
Ou seja, a arte pode vir e voltar, aparecer e sumir, estando sempre submetida às sensações e à boa vontade do coreógrafo. Apesar de seu evidente conhecimento técnico de dança, seus julgamentos e escolhas parecem todos baseados na emoção, na percepção não justificada: “Acho que ainda falta alguma coisa”, “Talvez a luz azul traga algo a mais a este número”. Diante da incapacidade de contestar (afinal, como se argumentar logicamente com quem não usa a lógica?), as meninas obedecem, e os produtores empurram a data do lançamento, preocupados entretanto em tornar o espetáculo o mais rentável possível.
Enquanto Wiseman filma centenas de seios, bundas, contorcionismos, sombras e reflexos de toda a natureza, o espetáculo vai se criando, tentando conceder às sensibilidades de todos os envolvidos. O mais interessante é ver o tal coreógrafo protestar quando descobre que os técnicos do local não possuem hierarquia entre eles, trabalhando de modo comunitário. “Mas se algo dá errado, a quem eu posso reclamar?”, ele protesta. Esta é uma das cenas mais clássicas no que se diz respeito à ideia de profissão, de hierarquia e de poder envolvida no trabalho artístico.
Wiseman filma as disputas de poder com o mesmo fascínio que mostra as curvas femininas, enquanto o tal desejo se torna cada vez mais distante quando dissecado desta maneira, revelando cada peça de seu mecanismo interno, sem fetiche nem idealização. Muitos críticos reclamaram que Crazy Horse é um filme muito menos preciso do que os antecedentes – em especial a toda-poderosa Cahiers du Cinéma. Talvez isso represente a surpresa real deste diretor, metódico e tranquilo, diante do caos de egos imensos, luzes, seios, brilhantes, sexos, de um excesso muito kitsch e que se leva a sério até demais.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

PINTURAS POLONEZAS ROUBADAS SÃO RECUPERADAS




Pinturas polonesas roubadas pelos nazistas retornam a Varsóvia. Foto: " A Caçada" de Falat.
Obras de Julian Falat foram apreendidas mês passado pelo governo americano
Duas pinturas roubadas da Polônia durante a II Guerra e confiscadas pelas autoridades dos Estados Unidos no ano passado foram restituídas hoje para o Museu Nacional em Varsóvia. – Tenho o prazer de dizer hoje que as telas estão de volta ao lugar de onde foram tiradas há mais de mais de 60 anos – disse o ministro da Cultura polonês, Bogdan Zdrojewski, durante a cerimônia de entrega das pinturas à diretora do museu, Agnieszka Morawinska.As telas restituídas – a aquarela Partida para a caçada e a pintura a óleo A Caçada – são do artista polonês Julian Falat, artista do século 19 conhecido por suas cenas de caçadas e pinturas de amplas paisagens. Os americanos entregaram os quadros às autoridades poloneses no mês passado, em Nova York.
A Polícia de Imigração e Alfândega (ICE) americana apreendeu as telas em 2006, depois de uma denúncia de que elas estavam prestes a ser leiloadas em Nova York. As pinturas haviam desaparecido em 1944, supostamente roubadas pelos nazistas, que arrasaram Varsóvia depois do fracasso de uma insurreição.
Na Polónia, Partida para a Caçada foi colocado de volta em sua moldura dourada original, abandonada após o roubo
.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

FESTA PARA O CRISTO REDENTOR - RIO DE JANEIRO,BRASIL

RIO - Depois de nove anos de pesquisa, dois documentários e uma exposição, a cineasta Bel Noronha vai lançar um livro recontando a história da construção do Cristo Redentor. Bisneta do autor do projeto e construtor do monumento, Heitor da Silva Costa, Bel juntou textos, documentos e fotos para narrar em "Redentor -de braços abertos" os detalhes e todas as etapas da obra para erguer a estátua, no alto do Corcovado.
O livro, com texto de Lilian Fontes, será lançado em dezembro pela editora Réptil. Terá formado quadrado e 272 páginas. A programação visual leva a assinatura de Felipe Taborda.
Ainda em dezembro, a cineasta vai fazer uma exposição sobre o Cristo Redentor, no Forte de Copacabana. A exposição será inaugurada em 8 de outubro, dia da Imaculada Conceição. A data foi escolhida com um objetivo especial: lembrar o padre lazarista francês Jean Marie Boss, que chegou ao Rio em 1859 e foi o o primeiro a lançar a ideia de erguer um monumento a Cristo no Corcovado. Capelão do Colégio da Imaculada Conceição, em Botafogo, na época ele chegou a levar a sugestão à Princesa Isabel. Mas morreu em 1916 sem ver concretizado o seu sonho, que foi traduzido num poema, 13 anos antes: "Oh Corcovado! Lá se ergue o gigante de pedra, alcantilado, altaneiro e triste, como interrogando o horizonte imenso... Quando virá?... Há quantos séculos espero!... Sim, aqui está o pedestal único no mundo! Quando virá a estátua, como eu colossal, imagem de quem me fez?".

terça-feira, 11 de outubro de 2011

FOTO LESMA LEOPARDO


Museu de História Natural britânico promove 'caça a invertebrados'
Campanha faz parte de um projeto de investigação sobre a situação dos insetos e moluscos no país.
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O projeto Laboratórios a Céu Aberto, do Museu de História Natural britânico, está encorajando os cidadãos a fazerem expedições para caçar insetos e moluscos.
A lesma-leopardo é um dos animais cuja observação é recomendada pelo museu
As caçadas não são predatórias, mas deverão contribuir para um levantamento sobre o estado dos animais invertebrados na Grã-Bretanha.
Mais de 500 mil lesmas, caracóis, aranhas e besouros já foram encontrados e catalogados, mas os organizadores do projeto pedem um último impulso nas buscas antes do inverno.
Segundo a pesquisadora Lucy Carter, do Museu de História Natural, a caçada também inclui missões específicas, como a observação de seis animais considerados mais importantes.
Um deles é a lesma-leopardo, uma das maiores do país, que pode chegar a ter 16 centímetros de tamanho.
Para estimular o interesse das pessoas, o museu criou um guia gratuito e um aplicativo para telefones celulares que ajuda a identificar os insetos encontrados

ART POP

Pode se dizer, que a Art Pop foi a pioneira expressão artística do pós-moderno., A Pop, que nasce na Inglaterra mas ganha força em Nova Iorque, ironiza os ícones do consumismo que a sociedade idolatra, ao mesmo tempo, luta contra o subjetivismo e o hermetismo modernos. Ela emerge com a explosão das comunicações de massa com linguagem assimilável pelo público de signos e de objetos de massa, utilizando um hiper-realismo ao copiar em tinta acrílica, serigrafia, ready made e assemblage a vida diretamente em seus objetos do cotidiano. Finalmente, a Pop esgota os “ismos” e os códigos estéticos do modernismo, pondo fim à beleza como valor supremo da arte.

DAS REVOLTAS A UMA NOVA POLÍTICA

Por Toni Negri e Michael Hardt Tradução: Daniela Frabasile



Os acontecimentos políticos no mundo hispânico, tanto na América do Sul quanto na Península Ibérica, estão entre os mais inspiradores e inovadores da última década. Por meio de revoltas, de insurreições, da derrubada dos governos neoliberais, da eleição de governos reformistas progressistas, dos protestos contra a política de governos supostamente progressistas e outras ações, expressou-se um espírito indignado e rebelde através de inúmeras experiências sociais e políticas.
Uma série de datas e lugares serve como imagem de lutas contínuas e prolongadas, desde o 1º de janeiro de 1994, em Chiapas, ao 8 de abril de 2000, em Cochabamba, o 19 e 20 de dezembro de 2001, em Buenos Aires, e, mais recentemente, o 15 de maio de 2011, em Puerta del Sol, Madri. Acompanhamos essas histórias, aprendemos com elas e as utilizamos como guia durante a escritura deste livro e depois de sua publicação.
Um dos argumentos de Commonwealth — El proyecto de una revolución del común, que encontra uma forte ressonância com essas lutas, identifica como fonte central do antagonismo a insuficiência das constituições republicanas modernas, particularmente de seus regimes de trabalho, propriedade e representação.
Em primeiro lugar, nossas constituições enxergam o trabalho como chave para o acesso à renda e aos direitos básicos de cidadania, uma relação que durante muito tempo funcionou mal para quem estava fora do mercado de trabalho formal, incluindo os pobres, os desempregados, as mulheres que trabalham sem salário, os imigrantes e outros. Hoje, porém, o trabalho é cada vez mais precário e inseguro, em todas suas modalidades. Naturalmente, o trabalho continua sendo a fonte da riqueza na sociedade capitalista, mas cada vez mais fora da relação com o capital e, geralmente, fora de uma relação salarial estável. Portanto, nossa constituição social continua requerendo o trabalho assalariado para possibilitar ao cidadão plenos direitos e acesso a uma sociedade na qual esse tipo de trabalho está cada vez menos disponível.

domingo, 9 de outubro de 2011

COMUNICADO E EXPRESSIVIDADE

Morreu Dulce d’Agro, a galerista da "loucura-amor" à arte moderna
Faleceu Dulce d'Agro, fundadora da Galeria Quadrum, em Lisboa. Sob a direcção da artista e coleccionadora, este espaço destacou-se como “um projecto de vanguarda durante as décadas de 1970, 80 e princípios dos anos 90”, anuncia uma nota à imprensa da galeria Cristina Guerra Contemporary Art.

Justificar

CRISE CRISE CRISE CRISE CRISE

Alemanha e França estão divididas antes das conversações importantes de domingo, sobre como fortalecer os instáveis bancos europeus. Paris está ansiosa para recorrer aos 400 bilhões do fundo de resgate da zona do euro, o EFSF, para recapitalizar seus próprios bancos e Berlim insiste que o fundo deve ser utilizado como último recurso.
O FMI já disse que os bancos europeus precisam de fundos adicionais de 200 bilhões de euros.
"Acho que há um consenso de que ele será bem acima de 100 bilhões de euros," disse aos repórteres, Michael Noonan, do lado de fora de um fórum econômico em Dublin.
"Sei que alguns dos grandes bancos alemães, com quem eu estava falando pessoalmente, pretendem levantar dinheiro no mercado, portanto serão financiamentos privados. Outros bancos gostariam de se beneficiar do fundo EFSF. Outros bancos vão contar com seus governos, para fornecer o capital, portanto vai haver uma série da maneiras de fazê-lo." "Acho que o princípio deveria ser que os governos são responsáveis pelo seu sistema bancário, de acordo com o Conselho do Banco Central Europeu."

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

KARL MARX









Consultor especial do maior banco suíço defende interpretações marxistas sobre a crise e propõe reversão completa das políticas de “austeridade”
Por George Magnus Tradução: Daniela Frabasile e Cauê Seigner Ameni

Os dirigentes políticos que lutam para compreender o avalanche de pânico financeiro, os protestos e outros fatos que afligem o mundo deveriam estudar a obra de um economista morto há muito tempo: Karl Marx. Quem reconhecer estamos frente a uma das grandes crises do capitalismo, estará mais preparado para examinar seus detalhes e buscar as saídas.
O espírito de Marx, que está enterrado em um cemitério perto de onde viveu, no norte de Londres, levantou-se da tumba devido à crise financeira e à recessão econômica posterior. A profunda análise do filósofo com mais conhecimentos sobre o capitalismo tem diversos defeitos, mas a economia global de hoje apresenta muitas misteriosas semelhanças com as condições previstas por ele.
Consideremos, por exemplo, a predição de Marx, de que o conflito inerente entre o capital e o trabalho se manifestaria de modo aberto. Como escreveu em O Capital, a busca das empresas pelo lucro e pela produtividade diminui naturalmente a necessidade de trabalhadores, o que leva à criação de um “exército industrial de reserva” de pobres e desempregados: “o acúmulo da riqueza em um polo é, portanto, ao mesmo tempo um acúmulo de miséria”.
O processo que Marx descreve é visível em todo o mundo desenvolvido, particularmente nos esforços das companhias norte-americanas para reduzir custos e evitar a contratação no país. A parcela da produção econômica apropriada pelas empresas, na forma de lucros corporativos, chegou ao nível mais alto em seis décadas. Enquanto isso, a taxa de desemprego subiu para 9,1% e os salários reais estão estagnados.
A desigualdade de renda nos Estados Unidos chegou, por sua vez, a seu nível mais alto desde a década de 1920. Antes de 2008, a disparidade de renda foi obscurecida por fatores como o crédito fácil, que permitiu às famílias pobres desfrutar de um estilo de vida similar ao dos mais ricos. Agora, muitos já não têm uma casa para voltar e descansar

terça-feira, 20 de setembro de 2011

UMA TOSCA ACANHADA SALVA, EM ALGUMAS RÉCITAS, POR BELAS VOZES.

Desde a sua primeira apresentação há 111 anos, "ATosca" de Giacomo Puccini, tem sido uma das óperas mais representadas em todo o mundo, amplamente popularizada por árias como Vissi d’arte vissi d’amore, Recondita armonia , Elucevan le stelle. A partir de 11 de Setembro, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, vinculado à Secretaria de Estado de Cultura, estreiou nova montagem da obra, com direção e concepção de Carla Camurati. A frente do elenco as sopranos Sondra Radvanovsky e Eiko Senda revezando-se no papel-título; os tenores Thiago Arancam e Riccardo Massi como Cavaradossi, e os barítonos Juan Pons e Lício Bruno interpretando Scarpia. Carlos Eduardo Marcos (Angelotti) e Eduardo Amir (Sacristão) completaram o elenco de solistas. Estes personagens(solistas) deram seu recado. A direção musical e regência da Orquestra Sinfônica e Coro do Theatro Municipal a cargo do maestro Silvio Viegas.


" A Tosca " dessa temporada de 2011 não acompanhou o mesmo brilhantismo de outras montagens do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O cenário de Carla Camurati e Cecília Modesto e figurino de Cecília Modesto, contribuíram parra certa apatia e distanciamento do drama. O público conhecedor não se emocionou. A concepção de Carla Camurati não acompanha o desejado e suas marcações prejudicaram o andamento do drama, sente-se a superficialidade da direção As récitas com a soprano americana Sandra Radvanovsky, Thiago Aracan( tenor brasileiro) e Juan Pons( baritono espanhol) foram as melhores. Apesar de possuirem vozes belas e boas perfomaces não conseguiram superar os erros da direção imposta prejudicada por figurinos com cores fortíssimas, berrantes, "expressivas" demais para a época. Havia um desacordo com a peça de Victorien Sardou. Um distanciamento que não propiciava o desejado, era latente nessa montagem. As récitas que tiveram a soprano japoneza Eiko Senda no papel de Flora Tosca, foram fracas, Senda não possui um registro condizente com a obra de Giacono Puccini não interpretou a apaixonante personagem como devia, os registros da soprano esperados no II ato não existiram, já o italiano Riccardo Massi somente no último ato encontrou o seu personagem. Licio Bruno foi o destaque na fraca récita com o seu personagem. O baritono brasileiro, Aracan e Radvanovsky belas trajetórias de superação com suas belas vozes diante de uma montagem fria. "A Tosca" foi em si um espetáculo acanhado. Quanto aos "bis" exagerados, o único merecedor foi a da soprano americana em " Vissi d'art, vissi d'amore.


O Theatro Municipal de São Paulo, em comemoração aos 100 anos apresentou a ópera Rigoletto com "perfeição". Nada especial.







quarta-feira, 7 de setembro de 2011

MERCADO DAS ARTES PLÁSTICAS - COMENTÁRIOS

O mercado de artes plásticas contemporâneas vive um período de franca expansão de suas exportações.
A grande novidade é que a Suíça já aparece como o segundo principal destino internacional das obras de arte brasileiras, atrás somente dos Estados Unidos.
Os efeitos da insistente crise financeira internacional que inibe negócios e prejudica diversos setores da economia há quase três anos estão sendo sentidos com menor intensidade no Brasil do que em outros países, mas um segmento da balança comercial brasileira em especial parece ignorar os tempos difíceis. De acordo com um levantamento realizado pela Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), em cinco anos as exportações de quadros, esculturas, gravuras e colagens, entre outros itens da arte contemporânea brasileira, cresceram impressionantes 500%, passando de um valor negociado de US$ 1,9 milhão em 2005 para US$ 10,04 milhões em 2010. A maior parte dos negócios nesse período foi realizada com os EUA (US$ 4,6 milhões), mas a Suíça surpreendeu os analistas do mercado de artes com o segundo lugar (US$ 1,8 milhão), à frente do Reino Unido (US$ 1,7 milhão) e da Espanha (US$ 559 mil). Segundo a Apex-Brasil, uma das explicações para o incremento das vendas para a Suíça pode ser a crescente participação de galerias e expositores brasileiros na conceituada feira internacional de artes Art Basel, realizada anualmente no cantão suíço da Basiléia. Ao lado das feiras Bienal do Mercosul e SP Arte (Brasil), Frieze (Inglaterra) e Armory Show (EUA), o evento suíço integra o calendário do Projeto Brasil Arte Contemporânea, que organiza a participação das galerias brasileiras nos principais eventos do setor. “A participação em feiras, exposições e missões internacionais tem atraído o interesse de um público que desconhecia o potencial artístico brasileiro. Isso ajudou a melhorar o perfil exportador do setor de arte contemporânea”, avalia o presidente da Apex-Brasil, Maurício Borges. O incentivo a essa participação internacional, segundo a agência, faz com que 25 empresas brasileiras sejam hoje exportadoras de artes plásticas contemporâneas. Vinte delas exportam de forma constante, participando de pelo menos uma feira internacional por ano.


Porém, reafirmo que o mercado de arte no Brasil está aquecido. Hoje há interesses de diversos públicos para compreender os novos rumos das artes plásticas. Em um período onde o caos prevalece e a improvisação entra na estética da arte, certamente a curiosidade serve como uma estratégica motivadora. Sobre o tema o crítico José Maria Mejhias fala com muita propriedade.

POLUIÇÃO VISUAL

A poluição visual degrada os centros urbanos pela não coerência com a fachada das edificações, pela falta de harmonia de anúncios, logotipos e propagandas que concorrem pela atenção do espectador, causando prejuízo a outros, etc. O indivíduo perde, em um certo sentido, a sua cidadania (no sentido de que ele é um agente que participa ativamente da dinâmica da cidade) para se tornar apenas um espectador e consumidor, envolvido na efemeridade dos fenômenos de massas. A profusão da propaganda na paisagem urbana pode ser considerada uma característica da cultura de massas pós-moderna.
Certos municípios, quando tentam revitalizar regiões degradadas pela violência e pelos diversos tipos de poluição, baixam normas contra a poluição visual, determinando que as lojas e outros geradores desse tipo de poluição mudem suas fachadas a fim de tornar a cidade mais harmônica e esteticamente agradável ao usuário.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

DESMATAMENTO


Por Henrique Rattner


A taxa de desmatamento no Brasil diminuiu significativamente: 2,8 milhões de hectares da floresta amazônica foram queimados em 2004. No ano passado, foram somente 750 mil hectares. Na década passada, segundo relatório das Nações Unidas, quase oito milhões de hectares foram reflorestados, sobretudo nos países ricos como os da América do Norte e a Europa, onde a diminuição da população rural reduziu as pressões sobre as terras cobertas por florestas. Mas também alguns países mais pobres, como a China, lançaram grandes planos de plantio de florestas com o objetivo de prevenir desastres naturais, consequências do desmatamento. Mesmo nos países tropicais, onde o maior número de desmatamentos ocorre, o Brasil e outros resistem às investidas de desmatamento por madeireiras e agricultores.
Pelo menos durante os últimos dez mil anos, desde que o gelo derreteu e as florestas voltaram a cobrir a terra, os homens as destruíram. Na Europa medieval, uma população em rápida expansão derrubou metade das árvores para dar espaço à agricultura. Uma área de 100 milhões de hectares foi derrubada para “melhorar” a qualidade do solo. Nos países ricos, a pressão sobre as florestas diminuiu, mas nos países tropicais que abrigam metade das florestas remanescentes, a demanda por terras cultiváveis está crescendo no ritmo de crescimento da população.
Desmatando as florestas talvez enriqueçam alguns, mas em longo prazo empobrecem o planeta todo. As florestas úmidas tropicais constituem fator importante nos ciclos de água continentais. A perda da floresta tropical da Amazônia reduz a pluviosidade nas Américas, com sérias consequências para os agricultores no hemisfério Norte. Ao regularizar o escoamento, as árvores ajudam no suprimento de água e previnem desastres naturais, como inundações e desabamentos de morros. E, para aqueles preocupados com os efeitos da mudança climática, as florestas contêm duas vezes mais carbono do que a atmosfera. Perdendo as florestas perde-se milhões de espécies, pois elas detêm 80% da biodiversidade terrestre.
O desenvolvimento econômico pode ser tanto a causa do desmatamento quanto de sua redução. A globalização acelera a demanda por produtos agrícolas de países tropicais. Emergindo da pobreza, sua população torna-se mais próspera e reclama de seus governos leis que protejam o meio ambiente e fiscalizem seu comércio. A transição do desmatamento para a proteção das florestas é um processo lento demais. O principal esforço e instrumento internacional é conhecido pela sigla REDD – redução de emissões por desmatamento e degradação. Preconiza o pagamento às populações dos países em desenvolvimento para deixar as árvores em pé, o que se tornou hábito de governos e empresas pagarem por florestas e outros serviços de ecossistemas.
O único sucesso da Conferência sobre Mudança Climática de Copenhague, em dezembro de 2009, foi o compromisso de continuar o programa REDD. Países ricos, a Noruega, a Grã Bretanha e os Estados Unidos prometeram 4,5 bilhões de dólares para iniciar as atividades do projeto. Os problemas e dificuldades são enormes. Algumas das florestas em regiões tropicais situam-se em áreas de pior administração pública, elevando os custos e os riscos de desvio dos recursos eventualmente alocados. As falhas na execução dos programas significam a perda de recursos mais valiosos do planeta.
Aproximadamente metade das florestas foi dizimada pelo desmatamento, responsável pela emissão de CO2 correspondendo de 15% a 17% do total, mais do que todos os aviões, automóveis, navios e trens. Estima- se que a floresta amazônica está sequestrando 1,3 gigatoneladas de carbono, quantidade igual a emissões recentes por desmatamento. No mundo, as florestas e o solo debaixo delas absorvem quase ¼ de todas as emissões de carbono. Isto representa uma contribuição vital à vida, além de abrigar mais da metade de todas as espécies de animais, pássaros e insetos e suprir inúmeras plantas medicinais. 400 milhões de pessoas encontram nas florestas seu habitat e os meios para sua subsistência

domingo, 24 de julho de 2011

ANGÚSTIA



Angústia
Nas calçadas repletas de gente o isolamento.

Nesta noite a analogia do negrume

cobre os miolos e o ego.


Há pouco colocava Ketchupe mostarda no cachorro quente,

tomava coca-cola.

Subidamente as mãos ficaram úmidas

debruçadas nos teus cabelos

distantes,

desfalecendo no vazio

no silêncio precipitado que corrói: a cabeça, as artérias, o estomago.


No reflexo somente a consciênciaunia o chão a matéria.

Despia a alma duvidosa.

incendiando a inquisição...

Mostrando este poema louco,

vertiginoso,

sem sons,

atritante nos ossos.


Dissolvia o tempo para o último encontro,

apontando todos os fortíssimos erros;

impondo segundo a segundo

com golpes fundos

o prenúncio da derrota,

o mistério de chorar.


Vicente de Percia- “Brasil da Silva: Mistério de Chorar, Edit/ Achiamé, Rio de Janeiro, 1ª edição 1982 em 4ª edição

quarta-feira, 20 de julho de 2011

POEMA INÉDITO DE MIQUEL JORGE

Celas

Não há rima que faça o sol brilhar nesta cela.
A escuridão, escrava serviceira, fez parelha comigo.
Mergulho no rio, feito um cão escravo, feito quem usa palavra nova, de novo uso, assim como camisas brancasno varal, infladas ao vento.

Mergulho no rio, a pele de espelho, marcada de travos.
Troco as palavras, babel inscrita no com, ponto,Br da desordem.
Em dias de chuva, a alma armadilha-se.

02;Do azul não me lembro agora, o céu constróe-se em chamas de impossível reparos.
Superpostas cores, feito rio superposto em grito à ponte que se inclina.

Com abraço Miguel

domingo, 17 de julho de 2011

POR UM FIO


Surpresa: fantasma da revolta política e agravamento acelerado da crise financeira levam governantes a considerar hipótese vista há pouco como insana
Por Antonio Martins
O encontro de emergência dos chefes de Estado europeus, a que o texto se refere, foi finalmente marcado para 21 de julho. Continuam em pauta medidas que, por fim, obriguem o sistema financeiro -- principal responsável pela crise -- a abrir mão de parte de seus lucros. Persistem as resistências de sempre...]
Ameaçada pela falência financeira e pela desmoralização completa da política institucional, a Grécia continua no centro do palco europeu — mas acaba de haver uma grande mudança no script de seu drama. A União Europeia (UE), que até o fim de semana exigia apenas sacrifícios dos gregos e respeito aos interesses dos credores, passou a trabalhar com outra opção, a partir de segunda-feira (11/7). Ela não está sendo, nem será, chamada por seu nome verdadeiro, mas é uma moratória parcial da dívida do país, seguida de renegociação.
Por enquanto, é apenas uma hipótese, e o desfecho poderá se dar sexta-feira (15/7), numa provável reunião de chefes de Estado. Mas o simples fato de ser considerada emite um sinal claro, muito positivo e que deveria ser entendido também no Brasil. Tentar superar as novas turbulências financeiras cortando direitos sociais e serviços públicos não é a única opção – e está se tornando insustentável.

terça-feira, 12 de julho de 2011

SÃO PAULO UMA DAS CIDADES MAIS CARAS DO MUNDO

São Paulo foi considerada a 10ª cidade mais cara do mundo, de acordo com a consultoria Mercer. O custo de vida na capital paulistana está mais alto do que em Londres, Paris ou Nova York. Este estudo comparou 200 itens como moradia, transporte e alimentação, tendo como base o custo de empresas multinacionais para manter um funcionário estrangeiro na cidade.Há um ano, a cidade de São Paulo estava como 21ª mais cara do mundo. Diante da valorização do real e o aumento dos valores de imóveis no mercado imobiliário, a cidade pulou 11 posições, ficando em 10º lugar entre as 214 localidades avaliadas. Outra cidade brasileira que também disparou no ranking foi o Rio de Janeiro, que passou da 29ª posição para 12ª neste ano. A terceira cidade brasileira que figura nessa lista é Brasilia, que subiu 37 posições – da 70ª para a 33ª.


Porém, não é um mal sinal subir algumas posições na lista. Segundo a pesquisadora sênior da Mercer, Nathalie Constantin-Métral, as taxas de câmbio da America do Sul permaneceram estavéis, mas o real teve um fortalecimento significativo comparado ao dólar, o que fez que o custo de vida se tornasse mais caro para um estrangeiro.No topo da lista de cidades mais caras está Luanda, em Angola e o segundo lugar ficou para Tóquio, no Japão. Nos EUA, a cidade mais cara é Nova York, na 32ª posição, seguida de Los Angeles e Chicago. O objetivo desta pesquisa é auxiliar empresas multinacionais a definirem os subsídios aos seus funcionários enviados a outros países.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

MOEDA COMEMORATIVA 300 ANOS DE OURO PRETO, MINAS GERAIS



O Banco Central do Brasil e a Casa da Moeda do Brasil lançarão na próxima sexta-feira (1º de julho) uma moeda comemorativa (foto) em homenagem aos 300 anos de Ouro Preto (MG). Elaborada em prata, a moeda tem valor de face de cinco reais - no anverso há uma composição representando a arquitetura da cidade, com destaque ao casario e igrejas.

A moeda custará R$ 140 e poderá ser adquirida a partir da próxima segunda-feira (4/7) no site
do Banco do Brasil.

domingo, 3 de julho de 2011

POEMA DE VICENTE DE PERCIA

COMUNGANDO

Joguei olhares vazios àquela região de vida inóspita.


Atravessada por um único caminho,


Ladeada de rochas.



Toda aquela matéria: estéril, tortuosa,bruta,


Diminuía minha estrutura.




Bastava um olhar longínquo,


para me transformar em pedra.



Eram perguntas –


pois sabia que não via o que via


no começo do caminho –




O corpo se juntou à terra



complacente de seu dever.



No horizonte eu era um todo.





II



Verdes encostas que sustentam cores no íntimo do homem,


Elevam lembranças a esse espaço compacto,


Aguçando a mente.




Geme o boi no cheiro da mata.


No sucesso exato,


enriquecendo cofres com seu sacrifício.





Esconde-se a caça entre as moitas de espinhos longos,


Seus pequenos ninhos;


Bons divertimentos para os cães fiéis.



Foge a trilha das encostas passos indicando a direção,


onde o canto existe.


Sob um teto quente resvala a chuva sem obstrução.





III



Molhei os pés nas areias quentes que rodeavam o rio.


Toquei nos grãos amarelados que cobriam a terra.



Pedaços de tempo


deixei escapar por entre dedos ágeis


que sustinham matéria,


outrora homogênea.





Sequei meu corpo no firmamento,


compacto fiquei .




Quebrei raios de sol,


estilhaços lancei.



Imergi na nova terra



Do livro: “Brasil da Silva:Mistérios de Chorar”,de Vicente de Percia, Edit/ Achiamé, Rio de Janeiro, 1ª edição, 1982. Prefácio de Antônio Carlos Vilaça: introdução de Dalma Braune Portugal do Nascimento; orelha: José Carlos Gondim; conta capa: Rose Marie Muraro.

AUTO RETRATO FRIDA KALO EM MUSEU NA CIDADE DO MÉXICO

Además, la entrada al museo será gratuita durante esos días para todos los que vengan caracterizados como Frida, con trenzas y listones en la cabeza, o las cejas imitando las suyas.

¿Te gustaría tener una foto con Frida? Para celebrar los aniversarios 104 del nacimiento y el 57 luctuoso de la pintora, te invitamos del 6 al 13 de julio a visitar el museo y tomarte un autorretrato con alguna de sus 24 obras de nuestra colección permanente.



Por cuestiones de protección a los derechos de autor, la toma de fotografías al interior de las salas del Museo Dolores Olmedo está prohibida, pero en esta ocasión haremos una excepción. Por un donativo de $50 pesos podrás ingresar con tu cámara a la Sala Frida Kahlo para tomarte un autorretrato delante de alguna de las obras de la artista. Este donativo estará destinado a contribuir con la conservación de las obras y al mantenimiento del Museo Dolores Olmedo. Las fotos deberán ser tomadas con cámaras personales o de dispositivos móviles (teléfonos celulares, iPods, etc), sin flash ni tripies. Podrás compartir tus fotos en nuestros perfiles de redes sociales en Flickr, Facebook y Twitter.

terça-feira, 28 de junho de 2011

VICENTE DE PERCIA RECOMENDA

Desde século XVI, EUA e Inglaterra desenvolvem, com êxito, estratégias interessadas em “dominar o mundo”. Mas para onde expandi-lo, agora?


“Venho hoje reafirmar uma das mais antigas,
uma das mais fortes alianças que o mundo já viu.
Há muito é dito que os Estados Unidos e a Grã Bretanha
compartilham de uma relação especial”
Barack Obama: “Discurso no Parlamento Britânico”, em 25/5/ 2011

Por José Luís Fiori

Existe uma idéia generalizada de que a Geopolítica é uma “ciência alemã”, quando na verdade ela não é nem uma ciência, nem muito menos alemã. Ao contrário da Geografia Política, que é uma disciplina que estuda as relações entre o espaço e a organização dos estados, a Geopolítica é um conhecimento estratégico e normativo que avalia e redesenha a própria geografia, a partir de algum projeto de poder específico, defensivo ou expansivo. O “Oriente Médio”, por exemplo, não é um fenomeno geográfico, é uma região criada e definida pela política externa inglesa do século XIX, assim como o “Grande Médio Oriente”, é um sub produto geográfico da “guerra global ao terrorismo”, do governo Bush, do início do século XXI. Por outro lado, a associação incorreta, da Geopolítica com a história da Alemanha, se deve a importância que as idéias de Friederich Ratzel (1844-1904) e Karl Haushofer (1869-1946) tiveram – direta ou indiretamente – no desenho estratégico dos desastrosos projetos expansionistas da Alemanha de Guilherme II (1888-1918) e de Adolf Hiltler (1933-1945). Apesar disto, as teorias destes dois geógrafos transcenderam sua origem alemã, e idéias costumam reaparecer nas discussões geopolíticas de países que compartilham o mesmo sentimento de cerco militar e inferioridade na hierarquia internacional. Mas a despeito disto, foi na Inglaterra e nos Estados Unidos que se formularam as teorias e estratégias geopolíticas mais bem sucedidas da história moderna.

Sir Walter Raleigh (1554-1618), conselheiro da Rainha Elizabeth I, definiu no fim do século XVI, o princípio geopolítico que orientou toda a estratégia naval da Inglaterra, até o século XIX. Segundo Raleigh, “quem tem o mar, tem o comércio do mundo, tem a riqueza do mundo; e quem tem a riqueza do mundo, tem o próprio mundo”. Muito mais tarde, quando a marinha Britânica já controlava quase todos os mares do mundo, o geógrafo inglês Halford Mackinder (1861-1947) formulou um novo princípio e uma nova teoria geopolítica, que marcaram a política externa inglesa do século XX. Segundo Mackinder, “quem controla o “coração do mundo” comanda a “ilha do mundo”, e quem controla a ilha do mundo comanda o mundo”. A “ilha do mundo seria o continente eurasiano, e o seu “coração” estaria situado – mais ou menos – entre o Mar Báltico e o Mar Negro, e entre Berlim e Moscou. Por isto, para Mackinder, a maior ameaça ao poder da Inglaterra seria que a Alemanha ou a Rússia conseguissem monopolizar o poder dentro do continente eurasiano. Uma idéia-força que moveu a Inglaterra nas duas Guerras Mundiais, e que levou Winston Churchill a propor – em 1946 — a criação da “Cortina de Ferro” que deu origem a Guerra Fria.

Do lado norte-americano, o formulador geopolítico mais importante da primeira metade do século XX, foi o Almirante Alfred Mahan (1840-1914), amigo e conselheiro do Presidente Theodor Roosevelt, desde antes da invenção da Guerra Hispano-Americano, no final do século XIX. A tese geopolítica fundamental de Mahan, sobre a “importância do poder naval na história”, não tem nenhuma originalidade. Repete Walter Raleigh, e reproduz a história da Marinha Britânica. E o mesmo acontece com as idéias de Nicholas Spykman (1893-1943), o geopolítico que mais influenciou a estratégia internacional dos EUA na segunda metade do século XX. Spykman desenvolve e muda um pouco a teoria de Mackinder, mas chega quase às mesmas conclusões e propostas estratégicas. Para conquistar e manter o poder mundial, depois da Segunda Guerra, Spykman recomenda que os EUA ocupem o “anel” que cerca a Rússia, do Báltico até a China, aliando-se com a Grã Bretanha e a França, na Europa, e com a China, na Ásia.

No cômputo final, o que diferencia a geopolítica anglo-americana é a sua pergunta fundamental: “que partes do mundo há que controlar, para dominar o mundo”. Ou seja, uma pergunta ofensiva e global, ao contrário dos países que se propõem apenas a conquista e o controle de “espaços vitais” regionais. Além disto, a Inglaterra e os EUA ganharam, e no início do século XXI, mantém sua aliança de ferro com o Canadá, a Austrália e a Nova Zelândia: derrotaram e cercaram a Rússia; mantém seu protetorado atômico sobre a Alemanha e o Japão; expandiram sua parceria e seu cerco preventivo da China; estão refazendo seu controle da África; e mantém a América Latina sob a supervisão da sua IVº Frota Naval. E acabam de reafirmar sua decisão de manter sua liderança geopolítica mundial.

Existe, entretanto, uma grande incógnita no horizonte geopolítico anglo-americano. Uma vez conquistado o poder global, é indispensável expandi-lo, para mantê-lo. Mas, para onde expandi-lo?


José Luís Fiori é professor titular e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Economia Política Internacional da UFRJ, e autor do livro “O Poder Global”, da Editora Boitempo, 2007