quarta-feira, 22 de setembro de 2010

OBRA DE VICENTE DE PERCIA EM LEILÃO 28 DE SETEMBRO EM SÃO PAULO - ARTEEVENTOS

Lote 96 - Tinta acrílica s/ tela, técica mista, 2010. "O Simbolismo Cósmico na obra de Vicente de Percia mostra a superabudância da realidade, trata-se de um expressionismo forte em um território que reitera a cosmogonia do Escritor,Crítico, Fotografo e artista plástico. O primeiro contato que tive com ele, foi Cayenne, na Guiana Francesa quando participávamos como jurados do" I- Reencontrée d' Art International Intercaraíbes, mostra que estendeu-se para sítios do Caríbe e Europa.O facto da sua selecção e de seus textos revelavam a interrelação das ciências voltadas para a especulação do senso- de- observação. Tinha então como parceira de tarefas a saudosa Andrée Locan. Perceber e deixar-se envolver pelo "real" é integra-se a questionamentos :"ce n'était pas gai d être jeune en ces temps-ci". porque continuamos a captar o prazer de sentir e avaliar o contexto do existencial. O maior desafio da arte actual está em saber preservar o individual, usando as antenas disponíveis e acreditando no racionar que busca verdade se com isso aceitar que se se nega a si é porque nada mais a a fazer. Toda esta reflexão foi feita em cima da tarefa desta obra fotográfica e no que ela traz como imagem mais ampla de um artista" Lisboa, Portugal, 2009. Art- Critic :Maria joão Machado

terça-feira, 21 de setembro de 2010

O CRÍTICO VICENTE DE PERCIA TRANSCREVE ENTREVISTA DO CURADOR DA 29ª BIENAL DE SÃO PAULO

"Infelizmente, o posicionamento de legitimar "artistas" que picharam a Bienal de 2008 em nada fortifica o tema escolhido: Arte e Política. Na época não houve nenhuma transgressão que focalizasse um chamamento condizente para acrescentar algo ao circuito da arte. Com este posicionamento da atual curadoria ficaram alijados artistas brasileiros que tiveram uma trajetória importante e participativa em relação a arte e uma atividade política."

Vicente de Percia

“Pixo” na Bienal de São Paulo provoca racha nas artes

FERNANDA MENA
da Reportagem Local

Acusados de vandalismo e terrorismo, os líderes do grupo que invadiu e pichou o andar vazio da Bienal de São Paulo em 2008 vão entrar na 29ª edição, em setembro, da mostra com credencial de artista.

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“Pixo” na Bienal de São Paulo provoca racha nas artes

A participação foi confirmada à Folha pela curadoria, que descreveu os pichadores como “artistas brilhantes”, apesar de “tratados como marginais”.

Moacir dos Anjos, curador da 29ª Bienal de São Paulo, no parque Ibirapuera, em São Paulo

Com isso, a Bienal entra num fogo cruzado daqueles que tomaram partido de invasores ou de invadidos, e que agora polemizam sobre a iniciativa. É demagogia? Legitima uma ação destrutiva? Coopta uma vanguarda transgressora?

Para o curador Moacir dos Anjos, a aposta não é em respostas fáceis, mas justamente na elaboração de questões.

Leia, a seguir, íntegra da entrevista concedida pelo curador-geral da mostra à Folha.

Folha – Por que incluir os pichadores da 28ª Bienal na 29ª edição do evento?

Moacir dos Anjos – Em primeiro lugar, é preciso deixar claro que nosso intuito não é incluir ‘os pichadores da 28ª edição’. Não se trata de um pedido de desculpas ou de um confronto com a edição anterior do evento. O que realmente queremos incluir na presente edição da Bienal é a pixação, ou simplesmente o pixo, com ‘x’ mesmo, grafia usada por seus praticantes para diferenciar o que fazem hoje em São Paulo das pichações político-partidárias, religiosas, musicais, ou mesmo ligadas à propaganda que há vários anos enchem os muros e paredes da cidade, a despeito do quão ‘limpa’ ela queira apresentar-se. E queremos incluí-lo porque achamos que o pixo borra e questiona os limites usuais que separam o que é arte e o que é política. E essa é uma questão que interessa muito ao projeto curatorial da 29ª Bienal.

Lembro que política é aqui entendida não como espaço de apaziguamento de diferenças, mas justamente o contrário. Ou seja, como o espaço formado pelos atos, gestos, falas ou movimentos que abrem fissuras nas convenções e nos consensos que organizam a vida comum. Ou seja, como bem coloca o filósofo francês Jacques Rancière, política entendida como esfera do “desentendimento”.

Essa é uma questão que, evidentemente, envolve uma série de dificuldades para que essa aproximação não se dê somente na superfície e, portanto, escamoteando as diferenças existentes, situação que não interessaria nem a nós nem aos pixadores. A nossa aposta é em descobrir formas novas de tratar do assunto com integridade de ambas as partes, sem que instituição e pixadores cedam completamente ao universo da outra.

Folha – Como você avalia o episódio da invasão da 28ª Bienal por pichadores e a reação da instituição?

Dos Anjos – A invasão foi, sem dúvida, uma provocação e um protesto frente a uma situação de exclusão a que aqueles que a protagonizaram (os pixadores) são submetidos em seu dia-a-dia em várias instâncias da vida comum na cidade de São Paulo e, no caso particular, do meio institucional da arte. Não estou com isso dizendo que a endosso, mas que é assim que a entendo.

A resposta da instituição naquele momento foi, a meu ver, inadequada, pois reduziu o incidente, seja pelas ações que tomou seja pelas que deixou de tomar, a um caso policial. Se é verdade que houve infração de regras e de leis por parte dos pixadores, não existiu o esforço necessário, por parte de uma das maiores e mais importantes instituições culturais do país, de entender as razões do ocorrido. Acho que essa postura não faz jus ao importante protagonismo público que a Bienal pode exercer na cidade e no Brasil, gerando conhecimento novo sobre o assunto.

Folha – O convite/a participação do picho na Bienal é um atestado, portanto, de que a 28ª Bienal errou? Por quê?

Dos Anjos – Não é intenção da curadoria, em absoluto, incluir o pixo para ‘reparar’ um suposto erro cometido pela Bienal no passado. Como também não é intenção da curadoria ‘cooptar’ o pixo para evitar novos conflitos que poderiam eventualmente se repetir. Entendemos que a situação é outra, e nosso objetivo é atuar, nesse novo contexto, da forma que achamos mais coerente tanto com o projeto curatorial da mostra quanto com a visão que temos do lugar do pixo da teia cultural da cidade.

Folha – Isso não é demagogia?

Dos Anjos – Seria demagogia se estivéssemos simplesmente convidando pixadores da mesma forma que tantos outros artistas estão sendo convidados. Mas nós sabemos que essa igualdade não existe, e eles evidentemente também sabem. O que nos interessa é justamente tentar entender essas diferenças, e os limites e as possibilidades dessa aproximação. E é isso que também acho que interessa aos pixadores. Ninguém está tentando escamotear nada. Tudo está sendo feito às claras. A aposta é na explicitação de questões, não no oferecimento de respostas fáceis. E como as questões precisam ser melhor formuladas tanto por nós, pertencentes ao chamado ‘campo da arte’, quanto pelos pixadores, nosso empenho é demonstrar que a Bienal de São Paulo pode ser plataforma privilegiada para a formulação dessas questões. Se conseguirmos ao menos isso, acho que já teremos dado uma contribuição relevante para o início de um debate mais amplo e consequente sobre o assunto.

Folha – Como se deu a aproximação entre pichadores e a atual curadoria?

Dos Anjos – Os eventos de 2008 tiveram o mérito de fazer com que muitas pessoas e instituições se empenhassem na tentativa de entender o que estava implicado no episódio. O Ministério da Cultura, por exemplo, buscou estabelecer um diálogo com o grupo de pixadores envolvidos, empenhando-se em tentar entender as complexas razões que levaram ao surgimento dessa gigantesca cena do pixo em São Paulo. Acho que esse movimento foi importante na preparação para uma conversa menos tolhida por preconceitos mútuos entre a Bienal e os pixadores.

O anúncio de que a 29ª Bienal teria como foco a questão da relação entre arte e política foi o outro elemento-chave que levou os pixadores a fazerem o primeiro contato buscando estabelecer uma conversa, posto que entenderam que haveria ali uma possibilidade de dar visibilidade a questões que foram (e ainda são) muito mal entendidas pela maioria da população. O papel da curadoria, nesse processo, é justamente propor estratégias de inserção do pixo na exposição que, contudo, não o “domestiquem”, tornando-o algo passível de fácil inserção em um mercado sedento por novidades para serem vendidas.

Folha – Como essa aproximação foi vista pela Fundação Bienal? Houve algum tipo de objeção inicial? Caso tenha havido, como foi contornada?

Dos Anjos – A direção da Fundação Bienal não interfere nas escolhas e nas estratégias da curadoria da mostra, agindo sempre de modo respeitoso e depositando confiança nos curadores convidados para a realização do evento. Nós curadores, por outro lado, temos a medida de nossa responsabilidade quando propomos questões passíveis de gerarem desconforto ou polêmica. Temos absoluta certeza, contudo, que é exatamente esse o papel de uma Bienal de arte: criar fissuras nos entendimentos estáveis do que é ou do que pode ser arte. Independentemente do foco temático da presente edição, creio que a Bienal de São Paulo tem a obrigação de, nesse sentido amplo, ser sempre política.

Folha – De que maneira os pichadores se encaixam no projeto curatorial de arte e política?

Dos Anjos – O pixo é uma manifestação visual que traz, embutida nas práticas dos pixadores e nas imagens que eles criam sobre os muros e edifícios da cidade, uma visão de mundo que simplesmente não cabe nos acordos que regem e limitam a vida comum na cidade de São Paulo. E apesar disso o pixo está aí, cobrindo toda superfície de parede disponível, forçando sua passagem em um país cujas elites ainda preferem ignorar as graves fraturas sociais que existem. Dando visibilidade a algo que de outro modo não seria visto. E falando de algo que, não fosse justamente pela grafia aparentemente cifrada que os pixadores usam, dificilmente seria dito. Nesse sentido, pixo é política. E nesse sentido, é arte também.

Folha – Picho, então, é arte?

Dos Anjos – Nesse sentido em que falei, sim. Na verdade, a questão a se fazer é outra, que poderia ser formulada nos seguintes termos: Se o pixo é exposto numa galeria ou numa Bienal, permanece sendo arte? É com essa aparente contradição que teremos que lidar na 29ª Bienal. Pois se o que faz o pixo ser arte é justamente o fato dele desconcertar nossos sentidos e nos fazer admitir, mesmo quando estamos no conforto de nossos carros ou da janela de um apartamento alto, que existem outros modos de entender e de inventar o mundo, o que acontece se o pixo é trazido para o ambiente controlado, conhecido e decodificado do chamado ‘campo’ da arte? Ele mantém a sua potência ou se torna mera ilustração ou lembrança de si mesma? É esse desafio que curadores e pixadores tem que enfrentar juntos, de modo que ultrapassem duas situações simétricas e igualmente indesejadas: por um lado, a simples rejeição ao que causa desconforto; por outro, o desejo de cooptar o diferente para torná-lo igual a nós mesmos.

Folha – Mas picho também não tem um aspecto de vandalismo?

Dos Anjos – De uma perspectiva meramente legalista, a resposta obviamente é sim. Porém, essa é uma maneira de ver a questão que mais esconde do que revela. Afinal, o grafite também ocupa espaços na cidade que não são propriedade dos grafiteiros, e nem por isso estes são criminalizados de modo tão inequívoco como os pixadores. Na verdade, como bem sabemos, muitos grafiteiros são hoje considerados artistas, tendo seus trabalhos expostos em museus e vendidos em galerias de arte. O que produz essa diferença de percepção? Arriscaria dizer que é a opacidade do pixo em relação à transparência do grafite. Ou seja, que é o incômodo causado por algo que não se deixa apreender por códigos conhecidos, quando comparado ao conforto sentido quando se depara com uma imagem reconhecível e produzida por uma prática autorizada, como é hoje a dos grafiteiros.

Folha – A participação reforça a passagem, cada vez mais comum, da arte de rua para as galerias? Quais os prós e contras dessa passagem?

Dos Anjos – Se o resultado da participação do pixo na Bienal de São Paulo for reforçar essa passagem “da rua para as galerias”, teremos fracassado inteiramente em nosso intento. Não é isso que queremos, ainda que fazer essa travessia possa melhorar materialmente a vida dos pixadores que a façam. Mas então o que se fará não será mais pixo, mas apenas uma representação gráfica do pixo. Aqui, como em tudo na vida, é preciso fazer escolhas. E escolhas têm consequências. Por isso que não queremos impor aos pixadores formas de participação do pixo na Bienal. Queremos construir juntos essas formas de participação. Mas de antemão já sabemos, curadores e pixadores, que trazer o pixo como mera expressão gráfica que se vale de um suporte bidimensional para dentro do prédio da Bienal não interessa, não resolve coisa alguma. Esse seria o caminho mais curto para destituir o pixo de sua força transgressora e de sua originalidade. Interessa-nos mais descobrir formas de compreender e de ativar, a partir da Bienal, os significados do pixo na cidade de São Paulo. Para tanto pretendemos fazer uso de estratégias diversas de documentação (fotografias, vídeos, coleções de tags) e de discussão. Estratégias que não se confundam com o pixo propriamente dito, já que esse só existe como tal nas ruas, mas que evoquem, desde o interior do mundo da arte, o fato de que nem tudo que é arte a Bienal é capaz de abrigar ou de entender plenamente.

domingo, 19 de setembro de 2010

LARGO DE SÃO FRANCISCO NO RIO DE JANEIRO - UM MAFUÁ

Triste imagem a do histórico Largo de São Francisco no Rio de Janeiro. Um logradouro totalmente abandonado repleto de camelos, sujo, abandonado é a imagem repetitiva do descaso dos nossos governantes em relação à sofrida "cidade maravilhosa". Os desavisados que buscam uma referências aprazível nesta região e nas proximidades saem decepcionados e sentem-se enganados ao se depararem com a realidade.

O Largo de São Francisco de Paula é um dos mais antigos logradouros da cidade do Rio de Janeiro, no Brasil.
Em sua origem, o logradouro era apenas uma
lagoa fora dos muros da cidade, à altura da antiga rua da Vala (hoje rua Uruguaiana), atrás da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. Ao assumir as suas funções, o Governador e Capitão-Geral da Capitania do Rio de Janeiro, Gomes Freire de Andrade, 1º Conde de Bobadela (1733-1763), determinou a expansão da malha urbana para além da vala, ordenando o aterro e o arruamento da antiga lagoa da Pavuna, projeto que ficou a cargo do engenheiro militar José Fernandes Pinto Alpoim: este riscou e construiu uma vasta praça (1742), onde seria construída a nova Catedral da Sé do Rio de Janeiro, dada a ruína da antiga, a Igreja de São Sebastião do morro do Castelo.
Originalmente denominada como Praça Real da Sé Nova, em
1749 foram lançados os alicerces para a edificação da nova Catedral da cidade, paralisadas em 1752, posteriormente reiniciadas, para serem novamente paralisadas quando do falecimento de Gomes Freire.
Em
1808, com a chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil, os alicerces da catedral foram aproveitados para a construção de uma Escola Central, depois Academia Real Militar e Escola Politécnica e que hoje é próprio da Universidade Federal do Rio de Janeiro onde está sediado o Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS).
Posteriormente denominou-se Largo de São Francisco de Paula por nele estar levantado o templo da
Irmandade Terceira de São Francisco de Paula, que tinha ao lado o Hospital para tratamento dos Irmãos.
À época da
Proclamação da República Brasileira, foi oficialmente denominado de Praça Coronel Tamarindo, toponímia que a população jamais incorporou.
Foi calçada pela primeira vez em
1817, para as festas que seriam realizadas no ano seguinte por ocasião da Coroação de D. João VI, após o falecimento de sua mãe, a rainha D. Maria I.
No centro da praça foi inaugurada solenemente, em
7 de setembro de 1872, a estátua do Conselheiro José Bonifácio de Andrada e Silva, patriarca da Independência do Brasil, executada pelo escultor francês Augusto Rochet, por encomenda do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, órgão encarregado da comissão de execução da estátua, por ocasião das comemorações do cinquentenário da Independência.
A Câmara Municipal considerava oficialmente, no ano de
1879, que o largo estava compreendido entre as ruas do Ouvidor, dos Andradas, da Lampadoza (atual Avenida Passos) e Souza Franco (atual Rua do Teatro).
Ao longo de sua história, o Largo de São Francisco de Paula tem sido cenário de manifestações populares e
comícios, como aqueles em função do Abolicionismo e da República. Posteriormente, de trabalhadores contra os baixos salários, a longa jornada de trabalho, a carestia e o desemprego, e mesmo, mais recentemente, de integrantes do Movimento dos Sem Terra.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

CHAMAMENTOS PARA REVER CONCEITOS E A PRODUÇÃO DA ARTE

O pós-modernismo invadiu o cotidiano com a tecnologia eletrônica em massa e individual, onde a saturação de informações, diversões e serviços, causam um “rebu” pós-moderno, com a tecnologia programando cada vez mais o dia-a-dia dos indivíduos.
A importância do pós-modernismo na economia foi “mostrar” aos indivíduos a capacidade de consumo, a adotarem estilos de vida e de filosofias, o consumo personalizado, usar bens e serviços e se entregarem ao presente e ao prazer.
Os pós-modernistas querem rir levianamente de tudo, nos quais encaram uma idéia de ausência de valores, de vazio, do nada, e do sentido para a vida.
A sociedade se torna emergente ou decadente, pois são baseadas nas sociedades pós-industriais na informação que tem como referencia o Japão, os EUA e os centros europeus.