quarta-feira, 18 de maio de 2011

O FIM DA ÓPERA NO THEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO. ESPETÁCULO ABAIXO DA CRÍTICA

Mais uma vez a improvisação e o total desconhecimento da arte da ópera esteve presente no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O público conhecedor em sua minória saiu perplexo com o péssimo espetáculo. Houve vaias, poucas, pois o público sem formação aplaude até a Minnie no papel de Lúcia. Rosana Lamosa, brasileira e a argentina Paula Almerares disputaram a pior interpretação da protagonista. A primeira fez o que pode, ou seja o seu registro e volume em momento algum alcançou o mínimo desejado, jamais poderia ser Lucia. A Srª Almerares, gritou, desafinou e em determinado momento pensou estar cantando um "tango". Os demais cantores, com excessão de Lício Bruno a duras penas, conseguiram com afinco destruir o espetáculo. Perdidos no palco sem a mínima interpretação contribuiram para o desastre envolto em um cenário inadeguado, por certo com prentensões "contemporâmeas". Os responsáveis pela montagem se acham melhores que a própria obra. O figurino e a iluminação escuros contribuiram para a morte prévia do espetáculo. O coro sem nenhum brilho e postura desejada para situar o espetáculo. O pseudo balé e a pantomima de perfomaces da coreografia era hilário, uma boa pantomima está na habilidade adquirida pelo pantomímico em se transfigurar no ato da interpretação, passando para a plateia todas as ações e mensagens pelos gestos o que não acontexeu. Uma ópera se monta com profissionais que entendam de ópera e utilizem meios para encantar o seu público . O Theatro Municipal do Rio de Janeiro perde a cada montagem as referências adquiridas ao longo de sua trajetória. Peçam auxílio aos profissionais do Thetro Colon de Buenos Aires, contratem bons cantores, cenógrafos e figurinistas. enfim quem entenda de ópera.

Vicente de Percia


Abaixo o chamado para o desastroso espetáculo.
Presença bissexta nos palcos brasileiros e ausente desde 1972 do Theatro Municipal do Rio de Janeiro – vinculado à Secretaria de Estado de Cultura –, a ópera Lucia di Lammermoor, de Gaetano Donizetti, ganha nova montagem a partir de 14 de maio, com direção e cenografia de Alberto Renault. Uma das mais conhecidas obras do autor italiano, a ópera reunirá grandes nomes da cena lírica brasileira – como Rosana Lamosa, Luciano Botelho, Lício Bruno, Rodolfo Giugliani, José Gallisa, Carla Odorizzi, André Vidal e Ricardo Tuttmann –, além da argentina Paula Almerares e o colombiano Cesar Gutierréz. O espetáculo também conta com premiada ficha técnica, que inclui a figurinista Claudia Kopke, o iluminador Maneco Quinderé e a coreógrafa Márcia Milhazes. À frente da Orquestra e Coro do TMRJ estará o maestro Silvio Viegas.
“É uma oportunidade de trazer ao carioca uma das mais belas óperas de Donizetti e do repertório mundial, há muito afastada dos palcos da cidade”, destaca a presidente da Fundação TMRJ, Carla Camurati.
Para esta encenação, Alberto Renault criou uma sucessão de quase 200 planos sobrepostos em diferentes níveis, que se estendem para o alto até o fundo do palco, perdendo-se de vista. “O cenário é um elemento determinante na concepção desta montagem e traduz visualmente a relatividade dos personagens. Dependendo do plano em que nos encontramos, somos maiores ou menores que os outros, como a competição ou a política, por exemplo, nos ensina. O amor tenta nos colocar em um mesmo plano, mas nem sempre consegue. É uma metáfora das relações humanas”, explica. Com altos e baixos, alturas e abismos e sem um céu visível, sua geografia remete às falésias da Escócia, país onde se passa a história, mas pode sugerir também um labirinto de Escher.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

BERTOLUCCI COMENTA O FUTURO DO CINEMA E A 3D

O Festival de Cannes homenageou o cineasta italiano Bernardo Bertolucci com uma Palma de Ouro Honorária pelos anos de contribuição ao Cinema – honraria até então exclusiva do trio Ingmar Bergman, Woody Allen e Clint Eastwood. A partir desse ano, o prêmio pela carreira passará a ser anual, distribuído entre os poucos cineastas que, como Bertolucci, Bergman, Allen e Eastwood, tenham se tornado referência e objeto de comparação entre os colegas.
No caso de Bertolucci, o sucesso foi conquistado por trabalhos engajados como “Antes da Revolução” (1964) e “O Conformista” (1970) e obras polêmicas como “Último Tango em Paris” (1972) e “Os Sonhadores” (2003), seu último longa-metragem. Na América, emplacou o grandioso “O Último Imperador” (1987), que lhe rendeu os Oscars de Direção e Roteiro. Agora, aos 71 anos, relegado à cadeira de rodas por conta de uma hérnia de disco e uma bateria de cirurgias, Bertolucci recebeu a sua Palma na 64ª edição do Festival.

BLOG DE PERCIA RESALTA: HOMENS E DEUSES EXISTE UM CINEMA CRISTÃO









Por José Geraldo Couto


A pergunta acima me veio à mente enquanto assistia a Homens e deuses, de Xavier Beauvois. Não me refiro, é claro, aos épicos bíblicos hollywoodianos, com seus imponentes Moisés, seus Cristos ensanguentados e seus atléticos Sansões. Nem à baixa exploração sentimental-comercial do “filão”, em filmes como os brasileiros Maria, a mãe do filho de Deus e Nossa Senhora de Caravaggio.
Penso, antes, nos dramas espirituais profundos e sublimes de Carl Dreyer (A paixão de Joana d’Arc, Ordet), de Robert Bresson (Diário de um pároco de aldeia, Pickpocket, Mouchette), de Maurice Pialat (Sob o sol de Satã), de Hitchcock (A tortura do silêncio).
É nessa vertente que se insere o belo filme de Beauvois. É essa linha que ele atualiza e problematiza. Sua situação dramática – um mosteiro trapista situado nas montanhas da Argélia dilacerada pela guerra civil – parece se organizar em torno de uma questão essencial: é possível ser cristão num mundo sem Deus, ou no qual o nome de Deus é evocado para justificar o ódio e a violência?
Ser cristão, evidentemente, não é apresentar-se como tal (católico ou evangélico) da boca para fora, mas sim agir de acordo com ideais de renúncia e fraternidade supostamente ensinados pelo próprio Cristo. Por esse critério, nem o Papa (aliás, muito menos o Papa) é cristão. Mas os frades de Homens e deuses o são, ou tentam ser. São homens de carne e osso, portanto frágeis e contraditórios, mas têm como norte, como meta sabidamente inatingível, a integridade moral e espiritual.



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quarta-feira, 4 de maio de 2011

CONSTRUÇÕES UTÓPICOS EM CARTAZ

Articulado por pesquisadores da UFMG portal reúne pôsteres que contam a história das utopias políticas do século 20.
A grande rede abriga desde março de 2011 um tesouro para quem estuda artes gráficas, publicidade, história, sociologia, ciência política e outras ciências. O portal Poster Gallery:
Utopian Constructions reúne mais de 3100 cartazes que traçam um panorama visual da política no século 20 – disponíveis em altíssima definição e acessíveis por mecanismos de busca variados e instigantes.
Iniciativa da Nanyang Technological University (NTU), instituição federal em Cingapura, o projeto é coordenado pelo professor Heitor Capuzzo, da Escola de Belas-Artes (EBA) da UFMG, que está em Cingapura, e foi produzido em conjunto por Marilia Bérgamo e Carlos Falci, também da EBA, além de Manuel Reis, da USP. A intenção é que atividades em torno do portal sejam inseridas em projetos de pesquisa e extensão na UFMG.
A grande maioria dos cartazes é de propaganda política, em que predominam pôsteres produzidos na antiga União Soviética, no Leste europeu e na China. A Coreia do Norte, há décadas um dos regimes mais fechados do planeta, aparece com 140 cartazes. “O portal é parte de pesquisa sobre como a mídia representou, ao longo do século 20, propostas de criação de novas sociedades”, explica Heitor Capuzzo, que está licenciado da UFMG e chegou a Cingapura em 2009.O material recebeu tratamento gráfico que envolveu uso de escâneres de altíssima resolução, e os cartazes podem ser impressos com qualidade equivalente (ou quase) à original. “Os arquivos têm até 40 megabytes, o que não é comum em sites do gênero”, informa Carlos Falci. “É possível realizar estudos muito acurados dos cartazes do ponto de vista visual”.
Busca variadaUm dos responsáveis pela classificação dos pôsteres e pela estruturação da busca, Falci destaca também a variedade das formas de encaminhar a pesquisa. Para começar, um menu lista categorias como país, data, sociedade, elementos visuais e até expressões faciais. Um segundo caminho é a escolha de tags que mostram os temas que mais aparecem no conjunto de cartazes.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

VIRUS TRANGÊNICO REFORÇA ENERGIA


Num sinal de que ciência pode desenvolver fontes energéticas limpas, pesquisadores empregam nanotecnologia para elevar capacidade geradora dos coletores de luz. Na Agência Fapesp
Um grupo de pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, descobriu uma forma inusitada de melhorar a eficiência na conversão de energia solar em elétrica: por meio do uso de vírus.
O estudo, publicado na revista Nature Nanotechnology, emprega também nanotubos de carbono para aumentar a eficiência no agrupamento de elétrons na superfície da célula solar para a produção de corrente elétrica.
Essa propriedade dos nanotubos era conhecida, mas seu uso em tal aplicação era prejudicado por dois problemas. Em primeiro lugar, sua fabricação produz geralmente uma mistura de dois tipos: semicondutor e metálico. Outro problema é que os nanotubos tendem a se aglutinar, o que reduz sua eficiência.
A nova pesquisa mostrou que os efeitos dos dois tipos de nanotubos são diferentes e que os semicondutores podem melhorar o rendimento das células solares, enquanto os metálicos têm o efeito oposto.
Para resolver o problema do aglutinamento dos nanotubos, entram em cena os vírus. Xiangnan Dang e colegas observaram que uma versão modificada geneticamente de um vírus conhecido como M13, que geralmente infecta bactérias, pode ser usada para controlar o arranjo de nanotubos em uma superfície, mantendo-os separados e isolados de modo que eles não grudem uns nos outros nem causem curtos-circuitos.

BIENAL DE VENEZA DE 2011 OPTA POR "ARTE" DO CONFLITO DE ARTISTAS EGÍPCIOS

GRAFITE DE HOSNI MUBARAK

"Obras" que demonstram o descontentamento com a repressão do ditador Hosni Mubarak, entre elas a do artista Ahmed Bassiony, morto ao filmar conflitos serão as grandes vedetas da nova edição da Bienal de Veneza. O "novo", novamente surge para atrair o circuito da arte. Várias redes sociais fizeram parte da divulgação dos grafiteiros egípcios, pouco apuro técnico e mesmo estético cercam estas composições, porém nada melhor como regra 3 para tentar motivar este evento. A última edição da Bienal de Veneza foi inexpressiva e os reais questionamentos da arte foram descartados, certamente se repetirá amesma "mestice".