quinta-feira, 20 de maio de 2010

VICENTE DE PERCIA - OS IMPASSES ENTRE INFORMAÇÃO E ARTE


Os impasses entre Informações, Arte e Ética
As coisas que nos rodeiam ativam-se através de contínuas informações. Resulta daí uma avalanche de “comunicações”, visando a implantar no público opiniões, cujo objetivo também, inclui a demanda de determinados produtos.
As artes plásticas não fogem a tal contexto, cercadas que são de intensa propaganda, objetivando divulgar e institucionalizar certos segmentos que se propõem enquadrar na tão sonhada “contemporaneidade”. Aliais, tal atmosfera ajusta-se perfeitamente dentro da crise de valores que o mundo e a Arte vivem continuamente.
No dia-a-dia não existem respostas objetivas ou pesquisas coerentes por parte da imprensa que levem o público a aproximar-se de resultados concretos em relação à tarefa artística. É preciso, pois despertar o interesse ou o questionamento sobre as múltiplas criações em voga, usando uma metodologia para instigar o espectador com propostas estéticas que o induzam à reflexão.
Nos noticiários não há um confronto de opiniões, um diálogo de visões acerca de cada objeto artístico exposto, e,sim,uma exaustiva e contínua concordância, o que se torna uma postura estranha para um período tão complexo como o nosso de tantas improvisações e crises.
Na década de 60, a ideia que prevalecia era que a ciência pura poderia ser reaproveitada no domínio da tecnologia. As “obras de arte” procuravam mostrar uma interação entre os dois âmbitos e o artista cedia seus propósitos criativos aos novos materiais oferecidos pela indústria. Era o vigor das luzes,dos efeitos visuais, das transparências em primeiro plano.
E agora diante dos impasses contemporâneos, como estabelecer uma visão ética coerente, que não minimize os valores individuais do Homem e, ao mesmo tempo, desperte para o usufruir das novas oportunidades que a ciência lhe oferece? Como estabelecer esta interlocução criativa, em que os dois setores - a Arte e os artefatos técnicos – em fraterna harmonia, não percam o valor intrínseco inerente a cada uma das partes?
De imediato, convém situar que o novo nem sempre e o melhor e vice-versa, principalmente quando direcionamos a avaliação crítica em função do fato estético
A alta tecnologia e a eletrônica poderão estar presentes na criação, porém sem se distanciarem dos princípios éticos e dos mistérios que envolvem cada ser em sua total humanidade.
PUBLICADO NO ' O CORREIO" RIO DE JANEIRO. diret/ aut/ 003/03 ,2002

quarta-feira, 5 de maio de 2010

VICENTE DE PERCIA FALA DA ESSÊNCIA DO MANDALA - ESTA ALÉM DA FORMA QUE DESENVOLVO.

OBRA DE VICENTE DE PERCIA

QUANDO TRABALHO O MANDALA PROCURO EXERCITAR UM LADO DIFERENCIAL, TENDO A SER HARMÓNICO COM OS MEUS OBJETIVOS VISUAIS. PERCEBO QUE EXISTE UMA ATIVIDADE SENSORIAL DE ACORDO COM O MOMENTO OU COM CERTOS CENÁRIOS QUE SURGEM POR TRAS DA ABSTRAÇÃO GEOMÉTRICA. POSSO, TAMBÉM CHAMÁ-LOS DE SÍMBOLOS ATEMPORAIS ATRELADOS À UMA FUNÇÃO ONDE AS CORES E OS TRAÇOS SURGEM NA CONFRONTAÇÃO COMIGO MESMO E DIANTE DE MECANISMOS EXISTENCIAIS DOS QUAIS O CAOS NÃO É DESCARTADO. PERCEBO QUE CONSTÂNCIAS MARCAM O MEU ESTILO, POIS É VISÍVEL UMA CONTINUIDADE ESTÉTICA. SÃO CIRCUNFERÊNCIAS, ROSÁCEAS QUE APARECERAM EM DIFERENTES CIRCUNSTÂNCIAS.

O MANDALA É A UNIDADE E SE REVELA POR TRANSITAR POR ESPAÇOS SIGNIFICATIVOS. HÁ OPOSTOS E SEMELHANÇAS COMO CÓDIGOS GENÉTICOS E POR VEZES, PERCEBO QUE SURGEM CONSTRUÇÕES ONDE A ROTA PARECIA PERDIDA. VEJO ELEMENTOS QUE TRAZEM EXPERIÊNCIAS VISUAIS ONDE O BELO ESTÁ PRESENTE POR MAIS QUE A OBRA SINALIZE CERTA IMPACIÊNCIA.