sexta-feira, 13 de julho de 2012

CRÍTICA DA ÓPERA "RIGOLETTO" DE VERDI - TEMPORADA 2012 THEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO


       UM RIGOLETTO COM POUCO BRILHO

                         Vicente de Percia

   Aberta a temporada de ópera de 2012 do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O público compareceu em massa, esperançoso em assistir um bom espetáculo, visto que as últimas montagens ressaltando alguns interpretes e vozes como a da soprano argentina Paula Almenares em Lucia di Lammeermor de Donizetti. Infelizmente “ Ricoletto” estava muito aquém dos espetáculos operísticos já apresentados nesse Theatro, incluindo a obra em foco.

   Verdi sempre exige sempre boas vozes e timbres específicos e “ Rigoletto” não foge a regra. Ópera em três atos, libreto de Francesco Naria Piave alicerçado em “Le Rois s’ Amuse de Victor Hugo. Estreia no Teatro de La Fenice , Veneza em 11 de Março de 1853. As informações é que ela foi composta em apenas 40 dias em plena jovialidade de Giuseppe Verdi(1813/1901).

   O Bufão (Rigoletto) é personagem centralizador dessa ópera o que não coloca em segundo plano os demais personagens. O barítono italiano Roberto Frontali apesar de ter uma boa voz não convenceu no papel principal, faltou- lhe presença, dramaturgia, enfim suporte para impor o grande canalha e sua complexidade.
Fernando Portari surpreendeu, porém não imprimiu a altivez, o domínio e a destreza necessária ao Duque de Mântua. Em  La Donna e móbile” no terceiro  ato na estreia não foi convincente. Ficou um querer mais.
Artemisa Repa ( Gilda) excelente postura dramática, bela voz. Faltou um entrosamento maior com a personalidade da personagem.
Nessa montagem o cenário não passou de razoável e a decisão de jogar imagens no cenário foi desastrosa e o ambiente escuro em nada contribuiu para o drama. Sem dúvida apesar de não ser o desejado melhor que os chamados “cenários contemporâneos”.
A direção musical do maestro Oswaldo Ferreira Tudo não foi feliz, a obra estava solta sem vigor de uma história que requer o domínio do drama.