terça-feira, 25 de setembro de 2012

OBRAS DE PORTINARI AMEAÇADAS


Obra "Sagrada Família" continua exposta sem que nenhum trabalho de combate ou de prevenção da prega tenha sido feito
Obra "Sagrada Família" continua exposta sem que nenhum trabalho de combate ou de prevenção da prega tenha sido feito
"Foi feito o levantamento por pessoas especializadas, encaminhamos aos órgãos de preservação do patrimônio e, quando for finalizado, vamos buscar a verba", disse o secretário de Batatais.
Um ano depois da descoberta de uma infestação de cupins na obra "Sagrada Família", do pintor Candido Portinari, em Batatais, a obra continua exposta sem que nenhum trabalho de combate ou de prevenção da prega tenha sido feito.
Segundo nossa denuncia feita em 19 de Fevereiro de 2009", o quadro está na igreja do Senhor Bom Jesus da Cana Verde. De acordo com o guia cultural da igreja, Antônio Otávio Squarize, tudo permanece igual, à espera da finalização de um projeto de restauro.
"Só restauradores podem mexer na obra. A incidência de cupim é pouca e não é preocupante. A restauração que aguardamos é para todo o acervo", disse Squarize.
Há 23 quadros de Portinari na igreja. Segundo o secretário de Esportes e Turismo de Batatais, Antônio Carlos Correa, o projeto de recuperação do acervo, que inclui 32 quadros - obras de Mozart Pelá também estão no pacote - tem custo estimado em R$ 300 mil, mas não há recursos.
"Foi feito o levantamento por pessoas especializadas, encaminhamos aos órgãos de preservação do patrimônio e, quando for finalizado, vamos buscar a verba", disse o secretário de Batatais.
De acordo com o Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), o projeto foi aprovado no órgão em dezembro de 2009 e precisa agora ser encaminhado para apreciação do Iphan (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

Arquivo Digital Folha A Noticia 19-02-2009 Cupins ameaçam obra de Portinari em Batatais 
Uma descoberta feita por acaso está deixando as autoridades em alerta em Batatais. Um ataque de cupins está colocando em risco algumas obras que estão expostas na matriz da cidade.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

30ª Bienal de São Paulo – Dialoga com o Público



                                                                                   Vicente de Percia
A qualidade não deve ser medida pela quantidade.  Com menos participantes e respectivamente, um número menor de obras a 30ª Bienal de São Paulo é o evento de maior referência nas artes plásticas no Brasil. Quer queiram ou não. Essa edição surge com mais coerência e metodológica perante o público e busca recompor o equilíbrio perdido nas últimas edições. De certa forma contestada sobreviveu aos erros, principalmente induzido pelo diletantismo dos seus curadores e gestores.
 São 111 artistas vindos de 33 países diferentes, do total, 23 são brasileiros. Arthur Bispo do Rosário, Brasil, viveu recluso por meio século em um hospital e é um deles. Apresenta quase que uma retrospectiva das suas tarefas artísticas e é o mais visitado nessa Bienal.
A pintura, desenho, gravura, fotografia, vídeos, apenas depoimentos, anotações, autorretratos etc... preenchem o Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera em São Paulo e ficará até o dia 12 de dezembro de 2012. O conjunto da mostra erradica, em boa parte, qualquer tipo de parcialidade da curadoria e atende a um método para compreender o artista na sua individualidade o que possibilita assistir inúmeros tipos de concepções, observar os meios materiais e instrumentos diversos.
O curador, o venezuelano, Luis Pérez Oramas estabelece uma divisão de cinco módulos para a 30ª Bienal; fomenta uma estratégia motivadora em ver e transitar pelo espaço da Bienal; evita as lacunas; os espaços vazios das outras temporadas; descarta o amontoado de informações; insere uma estratégia logística e de marketing, comete seus erros na escolha dos vídeos de artistas de caráter subjetivo e “aparentemente” coloquial. Oramas Optou, em reunir pluralidades estéticas para marcar, não com tanta ênfase, a “contemporaneidade” tão exigida do circuito para esse tipo de mostra.
 Nessa Bienal o individual do artista dialoga com a sociedade, suas diversidades e semelhanças revelam aspectos dos embates, transições, semelhanças poéticas, impactos, escalas cromáticas, arquétipos, tabelas existentes. O senso-crítico desperta segmentos dionisíaco e apolíneo da existência humana.  A montagem uma das melhores já vistas de Martim Corrullon contribui e facilita a visita dos presentes no pavilhão criado pelo arquiteto Oscar Niemeyer.
Sobrevivências, Alterformas, Derivas, Vozes, Reverso, são os títulos de cada um dos módulos que da forma ao nome oficial da bienal: “A IMINÊNCIA DAS POÉTICAS”. O primeiro: faz analogias entre contemporâneo e obras assinaladas; o segundo: indaga a própria arte e suas deformações; o terceiro: são as propostas marginais; quarto: aponta as multiplicidades; o quinto: tenta dialogar com as mostras paralelas que se sucedem em outros espaços fora da bienal.  
As obras expostas, a maior parte, foram feitas para essa Bienal, ou comissionadas especialmente para a exposição.  A investigação da produção cultural brasileira é sem dúvida um dos alicerces dos primórdios da Bienal, e a sua relação com o contexto internacional se presentifica desde a sua primeira edição, em 1951. O objetivo da Bienal internacional de São Paulo sempre teve desafios, desde a catalisação de recursos econômicos quanto aos “interesses” do circuito das artes, o que não descarta: Galerias, marchand, curadorias e as múltiplas influências coercitivas negativas. Aprofundar uma avaliação sobre sua trajetória requer à necessidade de avaliar as experiências passadas e, também, os deslizes que não contribuíram para uma base sólida desejada, ou seja, fortalecer uma entidade de interesse coletivo com compromissos com a arte e a formação e esclarecimento de opiniões. 

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

FILME DESOBERTO PODE SER O PRIMEIRO A CORES

Um filme de 1901 encontrado em um museu britânico pode ser o primeiro registro de imagens em movimento e em cores, informa o jornal "The Guardian"
O National Media Museum, em Bradford, na Inglaterra, diz ter encontrado rolos de 190, produzidos pelo fotógrafo Edward Turner, que podem ser a primeira experiência em filmes a cores da história. "Nós acreditamos que isso vai reescrever a história dos filmes", disse o curador Paul Goodman.
Até então, o "Kinemacolor", de 1909, era considerado o primeiro experimento do tipo.

National Media Museum/Associated Press
Cena do filme de 1901
Cena do filme de 1901
As imagens mostram cenas cotidianas, como um peixe em um aquário e pequenas ações com as três filhas de Turner. Há ainda imagens de soldados marchando no Hyde Park e o tráfego de Londres.
O filme fazia parte da coleção de um empresário norte-americano que doou seus arquivos ao Museu de Ciência londrino, em 1937. Os filmes de Turner foram descobertos quando transferidos de Londres para Bradford, há três anos.
Um vídeo que explica o processo de composição do filme foi divulgado hoje pelos restauradores do museu.

domingo, 9 de setembro de 2012

ARTE E CONSUMO - CRÍTICA DE ARTE


Arte e Consumo

Artistas "contemporâneos" procuram utilizar-se com mais constância de uma estratégia estética voltada para métodos e instrumentos que as indústrias de serviços midiáticos oferecem.

Com esse direcionamento, a arte atrela-se a uma reprodução de formas e cores já existentes, com raras exceções. As tentativas realizadas nesse âmbito caracterizam e impõem uma estética não raro, hermética e subjetiva. A partir da década de 1980 tal conceito tornou-se um modismo "legitimado", tanto pelos aparatos da crítica, quanto pelo circuito da arte e do próprio artista. A globalização misturou abstrações "modernistas" e improvisações que apenas produzem contatos com a nova tecnologia vigente como o vídeoarte, entre outras realizações inventivas.

 O autêntico significado da tarefa artística é deixado de lado em decorrência da pretensão de que haja uma pratica relacional ou uma ideia consistente inserida nas obras que aderem a essa tática. A mercantilização do ato estético, inventivo, e criador no caso são notórios, já que  busca apenas uma apelo "espetacular”em que o dado inovador se subtrai ou, não completa seu objetivo.

Na realidade, as relações humanas deveriam estar inclusas no vetor de uma realização plástica com identidades e propostas que permitissem que o individual marcasse o estilo do produtor, do criador seja questionado no nível da existência humana e não dos modismos atrelados e subjugados ao consumo.

Há a intenção de que o público participe? Sim, este é o ponto crucial para que o modelo seja apreciado. Boa parte dessa nova produção volta-se à filmagem, fotografia, gravação, performace. Objetivamente, são discursos e conceitos cada vez mais presentes no cenário dos movimentos dinâmicos da criação.

Tanto no Brasil como em outros países,  os chamados "coletivos artísticos" incluem, principalmente, as estratégias de grupo e possuem um sistema operacional diferenciado ao apresentarem o "novo".

 Por vezes, esses discursos/conceitos tornam-se enfadonhos em demasia e afastam o criador da liberdade de vivenciar seu momento através de um mergulho individual inventivo onde o elemento dionisíaco se intercale com o apolíneo, bem de acordo com o pensamento de Nietzsche.


 De certa forma, as políticas sociais mantidas pelas instituições públicas e privadas, ora em vigor, contribuem para que o artista se submeta tais mecanismos impositivos e opte por segmentos criativos referentes à feitura da sua obra. Contudo, diante das injunções ele, nem sempre consegue plenamente desenvolver uma linguagem que monte estruturas para a formulação de  idéias inovadoras.

Nas últimas décadas, houve, entretanto  significativas insistências nas práticas artísticas. Os “novos mestres” optaram por essa postura, na intenção de irem de encontro a conceitos mais acadêmicos e a suportes artísticos tradicionais.

É válido, pois, ressaltar que as curadorias estão coligadas, às captações de recursos e que por isso, passam maior parte do seu tempo moldadas a essas estratégias evasivas. Deste modo não se encontram atentas às exposições de qualidade e conteúdo que tragam, verdadeiramente, um retorno formativo de conhecimento mais abrangente para as relações para as interlocuções do Homem com a Arte e com a dinâmica produtiva de seu tempo.
VICENTE DE PERCIA 
REVISTA: FORUM DEMOCRATICO, AGOSTO DE 2012 -

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

SÍNTESE DE "O PRìNCIPE FELIZ DE OSCAR WILDE - de Vicente de Percia -


                                      A VERDADEIRA BELEZA
Uma estátua coberta de ouro, com olhos de safira, espada adornada com rubis feita pela cidade e colocada em destaque em um local alto, em homenagem ao PRÍNCIPE FELIZ, jovem, que durante a sua vida nunca se preocupou com a miséria e os problemas alheios.
Uma Andorinha perde-se do seu bando e passa a viver com a estátua, uma hóspede perdida das emigrantes.
Diante do sofrimento do Príncipe em ver a verdadeira situação do seu povo e querer resolvê-la, a Andorinha cede aos seus desejos e começa a doar com o consentimento dele, para os mais necessitados tudo de valor que seu corpo possuía até ficar totalmente desprovido de qualquer riqueza.
O Amor e a Fidelidade da Andorinha pelo Príncipe é tão forte que ela não o abandona para seguir suas companheiras e fugir do terrível inverno que a maltrata violentamente. Com essa escolha sela seu destino e amor e com um beijo, morre aos pés da estátua, do seu amado Príncipe.
A pompa e suntuosidade que adornavam a estátua colocada na cidade, na colina, pelas autoridades e seus governantes era mais que o símbolo da vaidade, pois eles não se preocupavam com o sofrimento alheio é esqueciam-se que a verdadeira beleza é a generosidade humana.
OSCAR WILDE fascina com este conto atualíssimo as crianças, os adolescentes e adultos. É um encantamento onde o belo está nas coisas mais simples, nas atitudes corretas e nos ensinamentos humanísticos que também, chegam-nos no hábito cultivar a leitura.

Vicente de Percia
Síntese de minha autoria em função de uma tradução que fiz do conto " O Príncipe Feliz de Oscar Wilde