domingo, 26 de junho de 2011

GLOBALIZAÇÃO. "O TABLÓIDE- PERCEPÇÃO VERSUS IMPOSIÇÃO'




O TABLÓIDE-PERCEPÇÃO VERSUS IMPOSIÇÃO







A revista de domingo possui muitas propagandas, a maioria das páginas mostram: cosméticos, moda, jóias, carros, eletrodomésticos, bancos etc... Todas com pouco texto e ótimas fotografias. Um artigo sobre museus se difere dos demais, porém há uma estratégia motivadora mostrando obra de Cindy Sherman (1989) em que se veste de uma madona renascentista. Assim, os conceitos de consenso de convergência em relação ao objetivo do caderno estão salvos. As produções de ordem em uma escala mundial seguem os objetivos a serem alcançados do ponto de vista comercial. É preciso, pois ter anunciantes, vender produtos e, como tal, o tablóide foi cunhado para atingir sua meta.



As ambições intelectuais contemporâneas não são tão exigentes elas surgem e desaparecem como meteoros. Há conceitos que afirmam que a globalização tem efeitos globais, porém até que ponto pode gerenciar bons efeitos globais nos desvencilhando de uma passividade permissiva.



A melhoria em escala global difere das condições de vida de cada um. Os efeitos globais da comunicação não são imprevisíveis; o mundo diferente é sempre melhor que o nosso. A imagem da globalização não desordena, apenas mostra somente a fatia que deve ser comida e para estabelecer as regras o público é o alvo. A formação e senso-crítico do Homem é que ditará o que deve ser plantado, o que é um desafio. Os resultados desta digestão não importam e tão pouco é um desafio.



Direcionar as matérias para uma única identidade é a meta imposta para permitir “novas oportunidades de vida para todos”. A ideia de globalização é calcada em um discurso atual que tem por base a eficiência e a deficiência cultural. Ter uma expectativa fora deste prisma é quebrar uma rede de informações onde a certeza é mais forte que a probabilidade. Como reconquistar uma nova identidade? Apoiada na capacidade em defender os territórios do conhecimento com embasamento? Revisitar obras de Claude Levis- Strauss, Lyotard, Marchel Duchamp, Oscar Niemeyer, Lúcio Costa entre outros é uma excelente forma para compreender a diferença entre Percepção e Imposição.



Existe uma “fraqueza” permanente que reivindica os direitos em estabelecer uma ordenância para visualizar regras a respeito dos sinais da globalização. Tal postura quer queira ou não exige uma regularidade no qual um sistema existe, mesmo que preterindo, os modelos já consagrados são vistos, como é o caso da pós-modernidade, amplamente divulgada e que por incrível que pareça ainda desperta certo fascínio. Poucos buscam explicitar respostas plausíveis que mostrem as dificuldades dos agentes em convencer meritoriamente os alcances das rupturas na arte, assim como na sociedade como um todo apreendendo os novos significados que deveriam revelar propósitos e conseqüências sociais.



Este processo em busca de definição abre um abismo cada vez maior entre os que têm interesse em situar as ações humanas, pois elas são raízes e um observatório para compreendermos a dinâmica de um ciclo e a maneira sobre nossas percepções de tempo e espaço. É importantíssimo não só observar o mundo, mas ser observado. Indagar a interatividade das mensagens não basta, é preciso falar em uma nova elite que elege, entre elas estão às redes sociais e o seu manuseio. Já virou o refrão: “muitos observam poucos. Ao pouco que são observados são as celebridades”


Vicente de Percia