quarta-feira, 21 de setembro de 2011

KARL MARX









Consultor especial do maior banco suíço defende interpretações marxistas sobre a crise e propõe reversão completa das políticas de “austeridade”
Por George Magnus Tradução: Daniela Frabasile e Cauê Seigner Ameni

Os dirigentes políticos que lutam para compreender o avalanche de pânico financeiro, os protestos e outros fatos que afligem o mundo deveriam estudar a obra de um economista morto há muito tempo: Karl Marx. Quem reconhecer estamos frente a uma das grandes crises do capitalismo, estará mais preparado para examinar seus detalhes e buscar as saídas.
O espírito de Marx, que está enterrado em um cemitério perto de onde viveu, no norte de Londres, levantou-se da tumba devido à crise financeira e à recessão econômica posterior. A profunda análise do filósofo com mais conhecimentos sobre o capitalismo tem diversos defeitos, mas a economia global de hoje apresenta muitas misteriosas semelhanças com as condições previstas por ele.
Consideremos, por exemplo, a predição de Marx, de que o conflito inerente entre o capital e o trabalho se manifestaria de modo aberto. Como escreveu em O Capital, a busca das empresas pelo lucro e pela produtividade diminui naturalmente a necessidade de trabalhadores, o que leva à criação de um “exército industrial de reserva” de pobres e desempregados: “o acúmulo da riqueza em um polo é, portanto, ao mesmo tempo um acúmulo de miséria”.
O processo que Marx descreve é visível em todo o mundo desenvolvido, particularmente nos esforços das companhias norte-americanas para reduzir custos e evitar a contratação no país. A parcela da produção econômica apropriada pelas empresas, na forma de lucros corporativos, chegou ao nível mais alto em seis décadas. Enquanto isso, a taxa de desemprego subiu para 9,1% e os salários reais estão estagnados.
A desigualdade de renda nos Estados Unidos chegou, por sua vez, a seu nível mais alto desde a década de 1920. Antes de 2008, a disparidade de renda foi obscurecida por fatores como o crédito fácil, que permitiu às famílias pobres desfrutar de um estilo de vida similar ao dos mais ricos. Agora, muitos já não têm uma casa para voltar e descansar

terça-feira, 20 de setembro de 2011

UMA TOSCA ACANHADA SALVA, EM ALGUMAS RÉCITAS, POR BELAS VOZES.

Desde a sua primeira apresentação há 111 anos, "ATosca" de Giacomo Puccini, tem sido uma das óperas mais representadas em todo o mundo, amplamente popularizada por árias como Vissi d’arte vissi d’amore, Recondita armonia , Elucevan le stelle. A partir de 11 de Setembro, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, vinculado à Secretaria de Estado de Cultura, estreiou nova montagem da obra, com direção e concepção de Carla Camurati. A frente do elenco as sopranos Sondra Radvanovsky e Eiko Senda revezando-se no papel-título; os tenores Thiago Arancam e Riccardo Massi como Cavaradossi, e os barítonos Juan Pons e Lício Bruno interpretando Scarpia. Carlos Eduardo Marcos (Angelotti) e Eduardo Amir (Sacristão) completaram o elenco de solistas. Estes personagens(solistas) deram seu recado. A direção musical e regência da Orquestra Sinfônica e Coro do Theatro Municipal a cargo do maestro Silvio Viegas.


" A Tosca " dessa temporada de 2011 não acompanhou o mesmo brilhantismo de outras montagens do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O cenário de Carla Camurati e Cecília Modesto e figurino de Cecília Modesto, contribuíram parra certa apatia e distanciamento do drama. O público conhecedor não se emocionou. A concepção de Carla Camurati não acompanha o desejado e suas marcações prejudicaram o andamento do drama, sente-se a superficialidade da direção As récitas com a soprano americana Sandra Radvanovsky, Thiago Aracan( tenor brasileiro) e Juan Pons( baritono espanhol) foram as melhores. Apesar de possuirem vozes belas e boas perfomaces não conseguiram superar os erros da direção imposta prejudicada por figurinos com cores fortíssimas, berrantes, "expressivas" demais para a época. Havia um desacordo com a peça de Victorien Sardou. Um distanciamento que não propiciava o desejado, era latente nessa montagem. As récitas que tiveram a soprano japoneza Eiko Senda no papel de Flora Tosca, foram fracas, Senda não possui um registro condizente com a obra de Giacono Puccini não interpretou a apaixonante personagem como devia, os registros da soprano esperados no II ato não existiram, já o italiano Riccardo Massi somente no último ato encontrou o seu personagem. Licio Bruno foi o destaque na fraca récita com o seu personagem. O baritono brasileiro, Aracan e Radvanovsky belas trajetórias de superação com suas belas vozes diante de uma montagem fria. "A Tosca" foi em si um espetáculo acanhado. Quanto aos "bis" exagerados, o único merecedor foi a da soprano americana em " Vissi d'art, vissi d'amore.


O Theatro Municipal de São Paulo, em comemoração aos 100 anos apresentou a ópera Rigoletto com "perfeição". Nada especial.







quarta-feira, 7 de setembro de 2011

MERCADO DAS ARTES PLÁSTICAS - COMENTÁRIOS

O mercado de artes plásticas contemporâneas vive um período de franca expansão de suas exportações.
A grande novidade é que a Suíça já aparece como o segundo principal destino internacional das obras de arte brasileiras, atrás somente dos Estados Unidos.
Os efeitos da insistente crise financeira internacional que inibe negócios e prejudica diversos setores da economia há quase três anos estão sendo sentidos com menor intensidade no Brasil do que em outros países, mas um segmento da balança comercial brasileira em especial parece ignorar os tempos difíceis. De acordo com um levantamento realizado pela Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), em cinco anos as exportações de quadros, esculturas, gravuras e colagens, entre outros itens da arte contemporânea brasileira, cresceram impressionantes 500%, passando de um valor negociado de US$ 1,9 milhão em 2005 para US$ 10,04 milhões em 2010. A maior parte dos negócios nesse período foi realizada com os EUA (US$ 4,6 milhões), mas a Suíça surpreendeu os analistas do mercado de artes com o segundo lugar (US$ 1,8 milhão), à frente do Reino Unido (US$ 1,7 milhão) e da Espanha (US$ 559 mil). Segundo a Apex-Brasil, uma das explicações para o incremento das vendas para a Suíça pode ser a crescente participação de galerias e expositores brasileiros na conceituada feira internacional de artes Art Basel, realizada anualmente no cantão suíço da Basiléia. Ao lado das feiras Bienal do Mercosul e SP Arte (Brasil), Frieze (Inglaterra) e Armory Show (EUA), o evento suíço integra o calendário do Projeto Brasil Arte Contemporânea, que organiza a participação das galerias brasileiras nos principais eventos do setor. “A participação em feiras, exposições e missões internacionais tem atraído o interesse de um público que desconhecia o potencial artístico brasileiro. Isso ajudou a melhorar o perfil exportador do setor de arte contemporânea”, avalia o presidente da Apex-Brasil, Maurício Borges. O incentivo a essa participação internacional, segundo a agência, faz com que 25 empresas brasileiras sejam hoje exportadoras de artes plásticas contemporâneas. Vinte delas exportam de forma constante, participando de pelo menos uma feira internacional por ano.


Porém, reafirmo que o mercado de arte no Brasil está aquecido. Hoje há interesses de diversos públicos para compreender os novos rumos das artes plásticas. Em um período onde o caos prevalece e a improvisação entra na estética da arte, certamente a curiosidade serve como uma estratégica motivadora. Sobre o tema o crítico José Maria Mejhias fala com muita propriedade.

POLUIÇÃO VISUAL

A poluição visual degrada os centros urbanos pela não coerência com a fachada das edificações, pela falta de harmonia de anúncios, logotipos e propagandas que concorrem pela atenção do espectador, causando prejuízo a outros, etc. O indivíduo perde, em um certo sentido, a sua cidadania (no sentido de que ele é um agente que participa ativamente da dinâmica da cidade) para se tornar apenas um espectador e consumidor, envolvido na efemeridade dos fenômenos de massas. A profusão da propaganda na paisagem urbana pode ser considerada uma característica da cultura de massas pós-moderna.
Certos municípios, quando tentam revitalizar regiões degradadas pela violência e pelos diversos tipos de poluição, baixam normas contra a poluição visual, determinando que as lojas e outros geradores desse tipo de poluição mudem suas fachadas a fim de tornar a cidade mais harmônica e esteticamente agradável ao usuário.