terça-feira, 20 de setembro de 2011

UMA TOSCA ACANHADA SALVA, EM ALGUMAS RÉCITAS, POR BELAS VOZES.

Desde a sua primeira apresentação há 111 anos, "ATosca" de Giacomo Puccini, tem sido uma das óperas mais representadas em todo o mundo, amplamente popularizada por árias como Vissi d’arte vissi d’amore, Recondita armonia , Elucevan le stelle. A partir de 11 de Setembro, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, vinculado à Secretaria de Estado de Cultura, estreiou nova montagem da obra, com direção e concepção de Carla Camurati. A frente do elenco as sopranos Sondra Radvanovsky e Eiko Senda revezando-se no papel-título; os tenores Thiago Arancam e Riccardo Massi como Cavaradossi, e os barítonos Juan Pons e Lício Bruno interpretando Scarpia. Carlos Eduardo Marcos (Angelotti) e Eduardo Amir (Sacristão) completaram o elenco de solistas. Estes personagens(solistas) deram seu recado. A direção musical e regência da Orquestra Sinfônica e Coro do Theatro Municipal a cargo do maestro Silvio Viegas.


" A Tosca " dessa temporada de 2011 não acompanhou o mesmo brilhantismo de outras montagens do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O cenário de Carla Camurati e Cecília Modesto e figurino de Cecília Modesto, contribuíram parra certa apatia e distanciamento do drama. O público conhecedor não se emocionou. A concepção de Carla Camurati não acompanha o desejado e suas marcações prejudicaram o andamento do drama, sente-se a superficialidade da direção As récitas com a soprano americana Sandra Radvanovsky, Thiago Aracan( tenor brasileiro) e Juan Pons( baritono espanhol) foram as melhores. Apesar de possuirem vozes belas e boas perfomaces não conseguiram superar os erros da direção imposta prejudicada por figurinos com cores fortíssimas, berrantes, "expressivas" demais para a época. Havia um desacordo com a peça de Victorien Sardou. Um distanciamento que não propiciava o desejado, era latente nessa montagem. As récitas que tiveram a soprano japoneza Eiko Senda no papel de Flora Tosca, foram fracas, Senda não possui um registro condizente com a obra de Giacono Puccini não interpretou a apaixonante personagem como devia, os registros da soprano esperados no II ato não existiram, já o italiano Riccardo Massi somente no último ato encontrou o seu personagem. Licio Bruno foi o destaque na fraca récita com o seu personagem. O baritono brasileiro, Aracan e Radvanovsky belas trajetórias de superação com suas belas vozes diante de uma montagem fria. "A Tosca" foi em si um espetáculo acanhado. Quanto aos "bis" exagerados, o único merecedor foi a da soprano americana em " Vissi d'art, vissi d'amore.


O Theatro Municipal de São Paulo, em comemoração aos 100 anos apresentou a ópera Rigoletto com "perfeição". Nada especial.