domingo, 17 de julho de 2011

POR UM FIO


Surpresa: fantasma da revolta política e agravamento acelerado da crise financeira levam governantes a considerar hipótese vista há pouco como insana
Por Antonio Martins
O encontro de emergência dos chefes de Estado europeus, a que o texto se refere, foi finalmente marcado para 21 de julho. Continuam em pauta medidas que, por fim, obriguem o sistema financeiro -- principal responsável pela crise -- a abrir mão de parte de seus lucros. Persistem as resistências de sempre...]
Ameaçada pela falência financeira e pela desmoralização completa da política institucional, a Grécia continua no centro do palco europeu — mas acaba de haver uma grande mudança no script de seu drama. A União Europeia (UE), que até o fim de semana exigia apenas sacrifícios dos gregos e respeito aos interesses dos credores, passou a trabalhar com outra opção, a partir de segunda-feira (11/7). Ela não está sendo, nem será, chamada por seu nome verdadeiro, mas é uma moratória parcial da dívida do país, seguida de renegociação.
Por enquanto, é apenas uma hipótese, e o desfecho poderá se dar sexta-feira (15/7), numa provável reunião de chefes de Estado. Mas o simples fato de ser considerada emite um sinal claro, muito positivo e que deveria ser entendido também no Brasil. Tentar superar as novas turbulências financeiras cortando direitos sociais e serviços públicos não é a única opção – e está se tornando insustentável.