terça-feira, 29 de novembro de 2011

IMAGENS DO INFERNO CONTEMPORÂNEO

Por Alexandre Pilati
Está disponível no Brasil uma das obras primas de Dino Buzzati (1906-1972), autor italiano internacionalmente conhecido pelo romance O deserto dos tártaros (1940). Trata-se do Poema em quadrinhos
i (Poema a fumetti, 1969), uma lancinante recriação gráfica e textual da descida de Orfeu aos infernos à procura de sua amada Eurídice. Dessa reunião entre grafismo e um texto poeticamente apuradíssimo nasceu uma das mais originais recriações do mito órfico e uma das mais instigantes viagens críticas nos meandros das estruturas políticas e culturais da alta modernidade.
Ao que parece, a forma encontrada por Buzzati para se expressar é fruto de um profundo dilaceramento do criador quanto aos materiais que escolhe para dar vazão à matéria poética. Longe de ser um mero texto ilustrado, Poema em quadrinhos é um texto de grande densidade poética articulado, de maneira magistral, a um registro gráfico que não é apenas legenda imagética do texto, mas que funciona como uma instância outra da própria poesia que a criação buzzatiana emana. Nesse sentido, a obra também poderá ser lida como um grito órfico (pela possibilidade de resistência crítica da arte) no meio da pasmaceira estética da indústria cultural. A fórmula de Buzzati, entre texto e imagem, surge, talvez, do dilema que foi indicado por ele mesmo em um livro de entrevistas, intitulado Dino Buzzati, pitore (1969). Como aparece reproduzido na edição brasileira, o artista afirma sobre o seu metier: “Sou um pintor que, por hobby, durante um período infelizmente bastante longo, fez-se também escritor e jornalista. O mundo, no entanto, crê que seja o contrário e não ‘pode’ levar a sério minhas pinturas”.
Levando a sério a empreitada gráfica e textual de Buzzati no Poema em quadrinhos, o leitor poderá fruir a eficácia estética atingida pelo autor na combinação das duas linguagens, que, na obra, diga-se de passagem, funcionam como uma terceira e potente linguagem artística, tamanha é a integração tensionada entre elas. E não poderia ser diferente, uma vez que a escolha do próprio tema impõe um desafio formal ao autor. Trata-se do velho mito de Orfeu que desce aos infernos para resgatar a amada Eurídice. Adaptado para a realidade contemporânea, os personagens centrais são nomeados como Orfi, um jovem cantor pop, e Eura, sua amada que desce ao inferno. Este nada mais é do que uma casa misteriosa e fantasmática na Via Saterna, em Milão, localizada em frente à janela de Orfi. Um dia, o cantor vê entrar na casa um vulto que lhe parecer ser o de Eura, que ultrapassa a porta, como se fosse um espírito. Posteriormente, Orfi sabe que Eura estava morta e decide entrar na casa-inferno para resgatar sua amada. Depois de uma série de acontecimentos, é dada a Orfi a chance de cantar uma canção capaz de emocionar o reino dos mortos o que lhe dará a oportunidade de encontrar a sua amada e retornar ao mundo dos vivos.


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sábado, 26 de novembro de 2011

CORPORAÇÕES




Por Ladislau Dowbor* “There is a big difference between suspecting the existence of a fact andin empirically demonstrating "






Todos temos acompanhado, décadas a fio, as notícias sobre grandes empresas comprando-se umas as outras, formando grupos cada vez maiores, em princípio para se tornarem mais competitivas no ambiente cada vez mais agressivo do mercado. Mas o processo, naturalmente, tem limites. Em geral, nas principais cadeias produtivas, a corrida termina quando sobram poucas empresas, que em vez de guerrear, descobrem que é mais conveniente se articularem e trabalharem juntas, para o bem delas e dos seus acionistas. Não necessariamente, como é óbvio, para o bem da sociedade. Controlar de forma organizada uma cadeia produtiva gera naturalmente um grande poder econômico, político e cultural. Econômico através do imenso fluxo de recursos – maior do que o PIB de numerosos países. Político, através da apropriação de grande parte dos aparelhos de Estado. Cultural, pelo fato da mídia de massa mundial criar, através de pesadíssimas campanhas publicitárias – financiadas pelas empresas, que incluem os custos nos preços de venda – uma cultura de consumo e dinâmicas comportamentais que lhes interessa, e que gera boa parte do desastre planetário que enfrentamos. Uma característica básica do poder corporativo, é o quanto é pouco conhecido. As Nações Unidas tinham um departamento, UNCTC (United Nations Center for Transnational Corporations), que publicava, nos anos 1990, um excelente relatório anual sobre as corporações transnacionais. Com a formação da Organização Mundial do Comércio, simplesmente fecharam o UNCTC e descontinuaram as publicações. Assim, o que é provavelmente o principal núcleo organizado de poder do planeta deixou simplesmente de ser estudado, a não ser por pesquisas pontuais dispersas pelas instituições acadêmicas, e fragmentadas por países. O documento mais significativo que hoje temos sobre as corporações é o excelente documentário “A Corporação” (The Corporation), estudo científico de primeira linha, que em duas horas e doze capítulos mostra como funcionam, como se organizam, e que impactos geram. Outro documentário excelente, “Trabalho Interno” (Inside Job), que levou o Oscar de 2011, mostra como funciona o segmento financeiro do poder corporativo, mas limitado essencialmente a mostrar como se gerou a presente crise financeira. Temos também o clássico do setor, “Quando as Corporações Regem o Mundo” (When Corporations Rule the World) de David Korten. Trabalhos deste tipo nos permitem entender a lógica, geram a base do conhecimento disponível. Mas nos faz imensa falta a pesquisa sistemática sobre como as corporações funcionam, como se tomam as decisões, quem as toma, com que legitimidade. O fato é que ignoramos quase tudo do principal vetor de poder mundial que são as corporações. Agindo no espaço planetário, e na ausênciade um governo mundial, poucas empresasmanejam grande poder, sem nenhum controle É natural e saudável que tenhamos todos uma grande preocupação em não inventarmos conspirações diabólicas, maquinações maldosas. Mas ao vermos como nos principais setores as atividades se reduziram no topo a poucas empresas extremamente poderosas, começamos a entender que se trata, sim, de poder político. Agindo no espaço planetário, e na ausência de governo mundial

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

CRÍTICA DA ÓPERA "A VALQUÍRIA" DE RICHARD WAGNER TEMPORADA 2011, THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO

"A Valquíria" drama em três atos libreto e música de Richard Wagner estreou no Theatro Municipal de São Paulo em 17 de Novembro, temporada 2011 com várias récitas. A célebre e difícil ópera exige cantores com timbres e perfomaces diferenciados, fora cenários e figurinos que aproximem o público com O Ouro do Reno e a trilogoia Wagneriana porém, isto não ocorreu nessas récitas. " "A Valquíria" inicia-se com a tormenta e no " Ouro Do Reno" assistimos as belas encenações aquáticas e o Reno correndo para o Mar.
"A Valquíria" a intensidade Wagneriana explode desde o I ato após o casamento de Sieglinde e Sigmund ignorando a força e divindade de Wotan. O prelúdio é um chamamento de uma tempestade. Raios, trovões. A condução musical do I ato oferece o brilho dos contra baixos e violoncelos e abre para Sigmund a sua gloriosa entrada. No papel de Sigmund, Martim Muehle não convence, não possui a voz para o enfrentamento com os instrumentos e o volume exigido, mostra-se um herói titubeante. A atração dos dois irmãos com duplo significados e das constantes emoções e pressentimentos estão plantados. Há mudanças do clima da música e Muelhle não corresponde a elas. Lee Bisset (Sieglind), soprano escocesa, vive seu personagem com distinção, apesar de alguns floreios que antecipa a vontade de vê-la em uma ópera de Verdi, brilha com sua voz e presença. Gregory Reinhart (Hunding), baixo americano é perfeito, com excelente voz e apropriado para o papel nos aproxima do pesado acompanhamento das trompas. A forte emoção é prejudicada por um figurino eclético, incompreensivo, a tentativa de ser "contemporâneo" se perde por falta de um segmento estético cênico. Com um cenário barroco, cheio de objetos desnecessários, lustres de cristais, moveis atuais, ex votos, o afastamento se dá impedindo o público apreciar através da identidades mitológicas às cenas e cantos magistrais. A exortação para vitória dos Wälsung é o extase da paixão no beijo dos irmãos; a conquista da espada não é bem resolvida. " Existe autoridade do compositor, ela está permanentemente tecendo percepções dos afetos, e seus personagens enquadram-se em metáforas do inconsciente para surpreender e narrar uma dialética onde o personagem central praticamente não luta com um antagonista" Vertentes do Amor e Morte" edit/ Bow Art International , 2009, SP. Vicente de Percia.
II Ato
Novamente no prelúdio são ouvidos a cavalgada das Valquirias. Janice Baird, soprano americna defende com fidelidade (Brünnilde). Já Stefan Heideman( Wotan) não convence. A atmosfera tempestuosa que deveria estar presente não existe e, é novamente prejudicada pelo controvertido figurino e cenário. No cenário uma tentativa inútil de uma desterritorização voltada para signos, símbolos e arquétipos brasileiros, não convence. Denise de Freitas (Fricka) meiossoprano brasileiro também não possui o registro Wagneriano, oscila nos agudos e imprime a seu personagem, gestos exagerados, parece querer dominar a cena a todo custo, com voz equivocada perde a ascensão que o personagem exige. Passa despercebida a sua exigência da vingança de Wotan em relação a Hunding. O canto de morte profético não convence, falta a solenidade Wagneriana. É o ato mais fraco, pois não possibilita a grande retirada cênica de Sieglind, o grito de horror. A despedida.
AtoIII
A Cavalgada das Valquíras abre esse ato. A extrema agitação exigida se perde diante dos figurinos, cenários e alegorias apresentados, "carnavalesco". A notícia e profecia que Brünnhilde anuncia a Sieglinde que será a mãe Siegfried está voltada no motivo de Siegfried. Não há mudanças expressivas nesse ato; os rostos dos deuses desfigurados em face da desobediência; à cena em que a Valquíria jaz em penitência aos pés do pai é desperdiçada. Já os sentimentos de Wotan, o dever de punir não são claros. A cena entre Wotan e Brünnilde e introduzida por uma passagem orquestral é o melhor deste ato. Os demais cantores contribuiram em parte para este desafio que foi a montagem de A Valquíria de Richard Wagner ausente dos nossos palcos à décadas. A Orquestra Sinfônica Municipal, regência e direção de Luiz Fernando Malheiro saiu-se bem, valorizando as trompas, harpa e trazendo o fogo mágico dos deuses. André Heller merece nossa atenção, porém não se viu " A Valquíria" tão aguardada. O Theatro Municipal de São Paulo apesar de anunciar todas as récitas esgotadas a casa tinha muitos lugares vazios. Grande parte do público abandonou o espetáculo no final do II ato. O que denúncia que o espetáculo não agradou como anunciado.
Vicente de Percia

Comentários



A crítica de Vicente de Percia revela conhecimento da obra de Wagner e seus comentários se assemelham muito com as minhas opiniões sobre a produção desta ópera no Theatro Municipal.Parabéns pela perfeita compreensão e reconhecimento dos erros no que se refere à "reggia" de André Heller Filipe, bem como nas concepções cenográficas e na escolha das vozes intérpretes de seus personagens.
Por Marco Antonio Seta em CRÍTICA DA ÓPERA "A VALQUÍRIA" DE RICHARD WAGNER ... às 05:48

Marco Antonio Seta disse...
A crítica de Vicente de Percia revela conhecimento da obra de Wagner e seus comentários se assemelham muito com as minhas opiniões sobre a produção desta ópera no Theatro Municipal.Parabéns pela perfeita compreensão e reconhecimento dos erros no que se refere à "reggia" de André Heller Filipe, bem como nas concepções cenográficas e na escolha das vozes intérpretes de seus personagens.



21:00

Maria João Machado disse...
Consistente crítica de um conhecedor de Richard Wagner


Maria João Machado


Lisboa Portugal


Antônio V Perdegann disse...
Li e gostei. Parabéns


sábado, 12 de novembro de 2011

ARTE POVERA NA ITÁLIA







L’arte resta Povera ma si fa ricchissima… come ha dimostrato la scorsa edizione di Bologna Arte Fiera: tra le opere storiche più vendute spiccavano quelle degli autori dell’Arte povera.
Un rilancio sul mercato in concomitanza con la preparazione di una grande mostra-evento.Se ne è parlato presso la Triennale di Milano, lo scorso 22 gennaio, quando è stato ufficialmente presentato il progetto Arte povera, a cura di Germano Celant, mostra - evento che si svolgerà contemporaneamente, nell’autunno - inverno 2011, in diverse e importanti istituzioni museali e culturali italiane, nelle città di Bologna, Milano, Napoli, Roma e Torino.
L’iniziativa, che ha come fulcro il movimento nato nel 1967 con gli artisti Giovanni Anselmo, Alighiero Boetti, Pier Paolo Calzolari, Luciano Fabro, Jannis Kounellis, Mario Merz, Marisa Merz, Pino Pascali, Michelangelo Pistoletto, Emilio Prini, Gilberto Zorio, ha lo scopo di presentare su scala nazionale ed internazionale gli sviluppi storici e contemporanei di questa ricerca.
Il progetto vuole distribuire le varie fasi e i singoli momenti linguistici in differenti contesti, dal MAXXI di Roma alla Venaria Reale di Torino, dal MaDRE di Napoli al MAMbo di Bologna e alla Triennale di Milano.Insieme ai singoli responsabili museali Pio Baldi e Anna Mattirolo per il MAXXI, Alberto Vanelli per la Venaria Reale, di Eduardo Cicelyn per il MaDRE, di Gianfranco Maraniello per il MAMbo e di Davide Rampello, per la Triennale, il curatore Germano Celant ha concepito un progetto di mostra che, mettendo insieme un alto numero di opere storiche e recenti, possa funzionare come un viaggio nel tempo dal 1967 a oggi, in diverse situazioni architettoniche e ambientali, attraverso gli avvenimenti e i protagonisti dell’Arte povera.
Leggi il comunIcato di
ITALIA150
2011: Arte povera in Italiaa cura di Germano Celantautunno - inverno 2011

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

CULTURA DE CRISE OU CRISE DE CULTURA?

Por Rafael Azzi*
É consenso que vivemos atualmente uma crise do capitalismo e de seus valores. Então, é preciso entender melhor como funciona esse sistema, suas vantagens, suas desvantagens e sua história, a fim de buscar possíveis saídas para os problemas surgidos.
O sistema capitalista nasce em oposição ao antigo sistema aristocrático no qual as pessoas eram diferenciadas por seu nascimento. No sistema antigo, poderia-se nascer nobre, rico e cheio de privilégios ou nascer plebeu e sem direitos. Dificilmente essa situação mudaria ao longo de sua vida ou na de seus descendentes.
O sistema capitalista surgiu em oposição a esse velho modelo e trouxe à tona duas noções admiráveis: o trabalho e o mérito.
Teoricamente, no sistema capitalista todos nascem com iguais condições de serem bem sucedidos. Aquele que trabalhar e produzir mais pode subir na escala social e se tornar um vencedor. O mérito é o que diferencia quem sobe e quem desce. “Vence quem trabalha duro” é um dos pilares do pensamento capitalista.
Se isso já foi verdade algum dia, hoje não é mais, e este é o principal problema da crise. O sistema se transformou, e hoje o capital conseguiu se desvincular justamente dos dois formidáveis conceitos que o sustentavam, o trabalho e o mérito.
O problema da crise pode ser resumido em um simples lema: “faça o seu dinheiro trabalhar por você”. Na verdade, esse princípio retira o trabalho da equação do capital. Só os seres humanos podem trabalhar e produzir coisas ou ideias; o dinheiro não pode trabalhar nem produzir nada. Quando você faz o dinheiro “trabalhar”, na verdade está subtraindo da equação elementos como o trabalho, o esforço, a produção e o mérito. O dinheiro não se encontra mais no final da equação (trabalho + mérito = dinheiro), ele toma toda a equação (dinheiro = + dinheiro).
No entanto, isso se mostra falso, pois, como o dinheiro não é capaz de produzir nada sozinho, ele só se reproduz num sistema que tem por base uma única noção: a especulação. Criou-se um mercado bastante complexo no qual dívidas e promessas de lucro são vendidas e revendidas num ritmo alucinante, visando apenas à multiplicação do dinheiro através da multiplicação do risco envolvido. Assim, chegamos a um ponto em que 40% do PIB da maior economia do mundo é representado por um mercado baseado em nada, a não ser na pura especulação. As dívidas são roladas e especuladas com o simples objetivo de multiplicar o dinheiro, sem ter por lastro nenhum aumento de trabalho ou de produção. Mesmo um leigo em economia pode perceber que um sistema que não produz nada não pode se sustentar em longo prazo. Um dia, descobre-se que as fortunas foram construídas baseadas apenas em ar e então as bolhas estouram.
A questão central, portanto, não é a ganância desmedida dos envolvidos, mas o fato de o capital ter se desvinculado totalmente de princípios que lhe davam legitimidade e o sustentavam, como trabalho e produção. No novo sistema, o dinheiro gera mais dinheiro. Mas, como não há aumento da produção ou do trabalho, trata-se de ganho apenas virtual.
Atualmente, o dinheiro parece ser o único valor inquestionável da sociedade, seu único padrão. A melhor medida para dizer se uma sociedade vai bem ou vai mal é o desenvolvimento econômico. Basta que um país tenha dinheiro, não entram em cena questões como a felicidade da população, o respeito ao meio ambiente, os valores democráticos, os direitos humanos ou a possibilidade do desenvolvimento humano dos seus indivíduos.
Observa-se que o que vale para os países parece valer também para as pessoas. Não importa se o sujeito é mau caráter ou não, o importante para a sociedade atual é apenas o valor de sua conta bancária. Nosso único “valor” parece ser o financeiro.
Assim como as pessoas, os governos foram desviados do que é importante e passaram a ser guiados apenas pelo mercado financeiro. A lógica que realmente importa ao governo é a do crescimento econômico. Tal fato gerou uma relação de subserviência entre o poder político e o poder econômico. Desse modo, a democracia deixou de ser o governo do povo, para o povo e pelo povo e passou a ser o governo do dinheiro, para o dinheiro e pelo dinheiro.
Com o sistema financeiro ganhando autonomia e se distanciando das noções de trabalho e mérito, ele se distanciou também dos demais valores humanos. Eis o problema: o sistema se tornou desumano; a nossa sociedade se tornou desumana. Deixamos de nos importar com coisas que são relevantes para o ser humano e só conseguimos enxergar um valor: o monetário


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