sexta-feira, 16 de agosto de 2013

"CONCEITOS" PARA REVALIDAR A OBRA DE ARTE


Para muitos artistas, críticos e observadores da arte o momento atual está mais voltado para a descoberta de “talentos” do que para segmentos, conteúdos embasados e  renovadores que abordem a tarefa artística em toda sua complexidade.
 Atender ao mercado é a meta atual para se chegar ao “êxito” rápido, basta obedecer e seguir os seus requisitos e  satisfazer a demanda. Esse é o novo rumo para se atingir o sucesso
A natureza da arte é sempre colocada em questionamento, inclusive para legitimar o artista e, consequentemente sua obra. Mediante essa situação nada mais coerente que cada um defenda o seu ponto de vista.
Vários artistas “contemporâneos” afirmam que a subjetividade na arte é  fácil de ser captada, como é o caso do artista conceitual americano Joseph Kosuth .Apesar de ele deixar claro que: “as questões da arte devem ser vistas com sutileza e complexidade” suas obras são herméticas. 
Joseph   reconhece a  genialidade de Walt Disney , no entanto o classifica como um gênio comercial e não um artista conceituado. Quanto à arte popular ele acredita que esta não estabelece o fluxo necessário para novos conhecimentos e como tal não teria como permanecer viva. Acompanhando suas obras  utiliza de palavras para o entendimento da mensagem -  A emblemática: "Uma e três cadeiras” 1965 é  exemplo disso.
    Joseph Kosut  critica o mercado de arte dos últimos 15 anos, classificando o como batedor de recordes de vendas e preços altos sem se preocupar com a qualidade. Afirma que o glamour do mercado, também aparece como um segmento que só traz malefícios . Sugere à atenção para a história afirmando, entre linhas, que ela fomentará a avaliação correta dessa vasta produção atual não a curto prazo.
   Apesar das opiniões proferidas por ele, a sua trajetória está vinculada ao constante espaço que a mídia lhe dá  e é um artista bem sucedido nas vendas da sua produção.   Cultua suas aparições como um pop-star. Não o vejo distanciado de um corporativismo que ele diz ser contrário. “Arte não é beleza” é uma das suas afirmações para atrair ouvintes e futuros colecionadoresChama de entretimento profissional e arte decorativa tarefas artísticas que não acrescentam em nada ao nosso tempo.
 O cenário cultural atual na produção artística é difícil de ser avaliado. Não bastam frases de efeito para visualizar esse pseudo estranhamento e tentar  aproximar o espectador para uma "nova" estética, ou ruptura desejada.
O público, para muitos estudiosos, fica aprisionado  na arte conceitual e vê-se obrigado, na sua quase totalidade   a ler textos explicativos para entendê-la. Os defensores de uma arte de vanguarda de efeitos, entre eles Joseph Kosuth  afirma: "O surgimento de obras sem qualidades e valorizadas, existem cada vez mais na nossa sociedade, uma distorção, porque as pessoas com poder apenas visam o lucro e não querem elucidar qual o verdadeiro papel do artista e da arte". Enfim, cada um conta a sua história.
     Vicente de Percia

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