Para muitos artistas, críticos e observadores da arte o momento atual está mais voltado para a descoberta de “talentos” do que para segmentos, conteúdos embasados e renovadores que abordem a tarefa artística em toda sua complexidade.
Atender ao mercado é a meta atual para se chegar ao “êxito” rápido, basta obedecer e seguir os seus requisitos e satisfazer a demanda. Esse é o novo rumo para se atingir o sucesso.
A natureza da arte é sempre colocada em questionamento, inclusive para legitimar o artista e, consequentemente sua obra. Mediante essa situação nada mais coerente que cada um defenda o seu ponto de vista.
Vários artistas “contemporâneos” afirmam que a subjetividade na arte é fácil de ser captada, como é o caso do artista conceitual americano Joseph Kosuth .Apesar de ele deixar claro que: “as questões da arte devem ser vistas com sutileza e complexidade” suas obras são herméticas.
Joseph reconhece a genialidade de Walt Disney , no entanto o classifica como um gênio comercial e não um artista conceituado. Quanto à arte popular ele acredita que esta não estabelece o fluxo necessário para novos conhecimentos e como tal não teria como permanecer viva. Acompanhando suas obras utiliza de palavras para o entendimento da mensagem - A emblemática: "Uma e três cadeiras” 1965 é exemplo disso.
Joseph Kosut critica o mercado de arte dos últimos 15 anos, classificando o como batedor de recordes de vendas e preços altos sem se preocupar com a qualidade. Afirma que o glamour do mercado, também aparece como um segmento que só traz malefícios . Sugere à atenção para a história afirmando, entre linhas, que ela fomentará a avaliação correta dessa vasta produção atual não a curto prazo.
Apesar das opiniões proferidas por ele, a sua trajetória está vinculada ao constante espaço que a mídia lhe dá e é um artista bem sucedido nas vendas da sua produção. Cultua suas aparições como um pop-star. Não o vejo distanciado de um corporativismo que ele diz ser contrário. “Arte não é beleza” é uma das suas afirmações para atrair ouvintes e futuros colecionadores. Chama de entretimento profissional e arte decorativa tarefas artísticas que não acrescentam em nada ao nosso tempo.
O cenário cultural atual na produção artística é difícil de ser avaliado. Não bastam frases de efeito para visualizar esse pseudo estranhamento e tentar aproximar o espectador para uma "nova" estética, ou ruptura desejada.
O público, para muitos estudiosos, fica aprisionado na arte conceitual e vê-se obrigado, na sua quase totalidade a ler textos explicativos para entendê-la. Os defensores de uma arte de vanguarda de efeitos, entre eles Joseph Kosuth afirma: "O surgimento de obras sem qualidades e valorizadas, existem cada vez mais na nossa sociedade, uma distorção, porque as pessoas com poder apenas visam o lucro e não querem elucidar qual o verdadeiro papel do artista e da arte". Enfim, cada um conta a sua história.
Vicente de Percia
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