sexta-feira, 9 de julho de 2010

POEMA DE VICENTE DE PERCIA

ANGÚSTIA

Nas calçadas repletas de gente o isolamento.
Nesta noite a analogia do negrume
cobre os miolos e o ego.

Há pouco colocava ketchup
e mostarda no cachorro quente,
tomava coca-cola.

Subitamente, as mãos ficaram úmidas
debruçadas nos teus cabelos distantes,
desfalecendo no vazio
no silêncio precipitado que corrói: a cabeça, as artérias, o estômago.

No reflexo somente a consciência
união chão a matéria.
Despia a alma duvidosa,
incendiando a inquisição...
Mostrando este poema louco.
vertiginoso,
sem sons,
Atritante nos ossos.

Dissolvia o tempo para o último encontro,
apontando todos os fortíssimos erros;
impondo segundo a segundo
com golpes fundos
o prenúncio da derrota,
o mistério de Chorar.

Poema de Vicente de Percia- "Brasil da Silva:Mistério de Chorar"- edit/ Achiamé, Rio de Janeiro.



terça-feira, 6 de julho de 2010

POEMA ECHO "IN" CARTAGENA




EL HOMBRE NO ES TAN VIOLENTO
LA MIRADA MUESTRA EL LINGUAGE
LA CULPA
EL AMOR EN SUS DIFERENTES MATIZES

Vicente de Percia
enero 2010

POEMA DE GARCIA LORCA




VOLTA DE PASSEIO

Assassinado pelo céu, entre as formas que vão para a serpente e as formas que buscam o cristal, deixarei crescer meus cabelos.
Com a árvore de tocos que não canta e o menino com o branco rosto de ovo.
Com os animaizinhos de cabeça rota e a água esfarrapada dos pés secos.
Com tudo o que tem cansaço surdo-mudo e mariposa afogada no tinteiro.
Tropeçando com meu rosto diferente de cada dia. Asassinado pelo céu !