FUGAZ OUTONO
Lentas folhas de outono
caem no solo
e cavam buracos na minha imaginação.
Com os pés
piso nas cores esmaecidas
que o tempo marcou.
E assim sou seguido
por um bando de formas diferentes
que tocam meu corpo.
Assisto à nítida deterioração
da matéria com tranquilidade.
Não é sonho,
apenas está acontecendo
alguma coisa que marca me.
Uma sensação de frescor,
aragem tocada pelo vento contínuo,
nessa estação de moderação,
luz, sombra, frio e calor.
A ilusão se perpetua
por acordes de instrumentos.
Músicas que se evaporam
em travessias anônimas
e arrastam/ sentimentos.
Uma sensação de medo
e tranqüilidade transpassa o meu corpo
num compasso reinventado
por instrumentos que brotam da terra
- terá o sonho acabado?
Arrepio-me com o murchar
das copas das árvores,
com a ausência das flores,
com o canto dos pássaros
que desprezam as desesperanças.
De repente reconheço,
entre as coisas ao meu redor,
os caminhos que percorri sozinho.
Eles são círios de luz,
que exalam a saudade.
Um comentário:
Esse poema foi comentado no Encontro de Poetas em Santiago do Chile. Infelizmente não contamos com a presença do poeta. Os presentes adoraram. O público eta na maioria escritores, editores, professores,universitários e amantes da literatura
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