quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

TEXTO CRÍTICO DE VICENTE DE PERCIA: TABLOIDE - PERCEPEÇÃO VERSUS IMPOSIÇÃO



A revista de domingo possui muitas propagandas, a maioria das páginas mostram: cosméticos, moda, joias, carros, eletrodomésticos, bancos etc... Todas com poucos textos e ótimas fotografias. 
Um artigo sobre museus se difere dos demais, porém há uma estratégia motivadora mostrando obra de Cindy Sherman (1989) que se veste de uma madona renascentista. Assim, os conceitos de consenso de convergência em relação ao objetivo do caderno de notícias estão salvos. As produções artísticas de ordem crescente, em  uma escala mundial, seguem as suas metas para alcançar os pontos nevrálgicos das metas comerciais a serem atingidas. É preciso, pois ter anunciantes, vender produtos e, como tal, o Tabloide foi cunhado para atingir essa meta.
        As ambições intelectuais contemporâneas não são tão exigentes, elas surgem e desaparecem como os meteoros. Há conceitos que afirmam que a globalização tem efeitos de agregar, porém até quando  pode se gerenciar efeitos globais de uma passividade permissiva.
         A melhoria da produção da arte em escala global difere das condições de vida. Os efeitos globais da comunicação não são tão previsiveis: - O mundo diferente é sempre melhor que o nosso. A imagem da globalização não desordena, apenas mostra a fatia que deve ser comida e para se estabelecer as regras desse partihamento o público é o alvo central.  A formação e o senso-crítico do Homem é que ditará o que deve ser revisto e conseguentemente avaliado. Para tal é necessário educar, estabelecer estratégias de motivação e educacional. É um grande desafio que tem a influência da mídia, e outros  sistemas formativos.Na pratica é possível analisar o distaciamento ou a aproximação da formação cultural do espectador e as suas consequências. Os resultados dessa “digestão”é importante em face de tantos questionamentos e imposições ardilosas enfrentadas.
Direcionar as matérias jornalísticas para uma única identidade é a meta imposta para permitir "novas oportunidades de vida para todos". A ideia de globalização  calcada em um discurso atual que tem por base a eficiência e a deficiência cultural não é a meta das redações. Ter uma expectativa fora desse prisma é quebrar uma rede de informações onde a “certeza” é mais forte que a probabilidade. Como reconquistar uma nova identidade? Apoiada na capacidade em defender os territórios do conhecimento com embasamento? Revisitar obras de Claude Levis- Strauss, Walter Benjamin, Lyotard, Marcel Duchamp, Oscar Niemeyer, Lúcio Costa, entre outros?Qual a diferença entre Percepção e imposição?
Existe um posicionamento permanente que reivindica os direitos em estabelecer uma ordenância para visualizar indícios e regras a respeito dos sinais da globalização. Tal postura avaliativa quer queira ou não, exige uma regularidade de estudos a serem complementados. Devemos estar conscientes de que vários sistemas de criação existem. Mesmo que preterido pelas novas correntes, os modelos já consagrados ainda são vistos e admirados.
 No tocante a pós-modernidade, por maior proximidade, ela é amplamente divulgada e por incrível que pareça ainda desperta certo fascínio como um direcionamento para o sucesso. Poucos buscam explicitar respostas plausíveis que mostrem as dificuldades dos agentes estéticos em convencer e explicar meritoriamente os alcances das “rupturas” na arte e sua atuação paralela na sociedade. Revelar os novos significados que deveriam mostrar propósitos e consequências sociais construtivas, ou denunciadoras e o desejo dos estudiosos para esclarecer dúvidas.
        Esse processo em busca de definição de uma estética visual que revele possíveis mudanças suscita cada vez na crítica consciente o desejo em revelar as ações humanas como núcleos das tarefas artísticas, pois elas são raízes e observatórios para  compreensão da dinâmica dos diversos ciclos na arte e a maneira sobre a qual as nossas percepções de tempo e espaço são analisadas. É importante não só observar o mundo, mas ser observado. Indagar a interatividade das mensagens não basta, é preciso falar em uma nova "elite" que elege: entre elas estão às redes sociais e o seu manuseio. Já virou refrão: "muitos observam poucos. Pouco que são observados são as celebridades”.
Vicente de Percia

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