A revista de domingo possui muitas propagandas, a maioria das
páginas mostram: cosméticos, moda, joias, carros, eletrodomésticos, bancos
etc... Todas com poucos textos e ótimas fotografias.
Um artigo sobre museus se difere dos demais, porém há uma
estratégia motivadora mostrando obra de Cindy Sherman (1989) que se veste de
uma madona renascentista. Assim, os conceitos de consenso de convergência em
relação ao objetivo do caderno de notícias estão salvos. As produções artísticas
de ordem crescente, em uma escala
mundial, seguem as suas metas para alcançar os pontos nevrálgicos das metas
comerciais a serem atingidas. É preciso, pois ter anunciantes, vender produtos
e, como tal, o Tabloide foi cunhado para atingir essa meta.
As ambições intelectuais contemporâneas não são tão exigentes,
elas surgem e desaparecem como os meteoros. Há conceitos que afirmam que a
globalização tem efeitos de agregar, porém até quando pode se gerenciar efeitos
globais de uma passividade permissiva.
A melhoria da produção da arte em escala global difere das
condições de vida. Os efeitos globais da comunicação não são tão previsiveis:
- O mundo diferente é sempre melhor que o nosso. A imagem da globalização
não desordena, apenas mostra a fatia que deve ser comida e para se estabelecer
as regras desse partihamento o público é o alvo central. A formação e o
senso-crítico do Homem é que ditará o que deve ser revisto e conseguentemente
avaliado. Para tal é necessário educar, estabelecer estratégias de motivação e
educacional. É um grande desafio que tem a influência da mídia, e outros sistemas formativos.Na pratica é possível
analisar o distaciamento ou a aproximação da formação cultural do espectador e
as suas consequências. Os resultados dessa “digestão”é importante em face de
tantos questionamentos e imposições ardilosas enfrentadas.
Direcionar as matérias jornalísticas para
uma única identidade é a meta imposta para permitir "novas
oportunidades de vida para todos". A ideia de globalização calcada em um
discurso atual que tem por base a eficiência e a deficiência cultural não é a
meta das redações. Ter uma expectativa fora desse prisma é quebrar uma rede de
informações onde a “certeza” é mais forte que a probabilidade. Como reconquistar uma
nova identidade? Apoiada na capacidade em defender os territórios do
conhecimento com embasamento? Revisitar obras de Claude Levis- Strauss, Walter
Benjamin, Lyotard, Marcel Duchamp, Oscar Niemeyer, Lúcio Costa, entre outros?Qual
a diferença entre Percepção e imposição?
Existe um posicionamento permanente
que reivindica os direitos em estabelecer uma ordenância para visualizar
indícios e regras a respeito dos sinais da globalização. Tal postura avaliativa
quer queira ou não, exige uma regularidade de estudos a serem complementados. Devemos
estar conscientes de que vários sistemas de criação existem. Mesmo que preterido
pelas novas correntes, os modelos já consagrados ainda são vistos e admirados.
No tocante a pós-modernidade, por maior
proximidade, ela é amplamente divulgada e por incrível que pareça ainda
desperta certo fascínio como um direcionamento para o sucesso. Poucos buscam explicitar
respostas plausíveis que mostrem as dificuldades dos agentes estéticos em
convencer e explicar meritoriamente os alcances das “rupturas” na arte e sua
atuação paralela na sociedade. Revelar os novos significados que deveriam
mostrar propósitos e consequências sociais construtivas, ou denunciadoras e o
desejo dos estudiosos para esclarecer dúvidas.
Esse processo em busca de definição de uma estética visual que
revele possíveis mudanças suscita cada vez na crítica consciente o desejo em
revelar as ações humanas como núcleos das tarefas artísticas, pois elas são
raízes e observatórios para compreensão da
dinâmica dos diversos ciclos na arte e a maneira sobre a qual as nossas
percepções de tempo e espaço são analisadas. É importante não só observar o
mundo, mas ser observado. Indagar a interatividade das mensagens não basta, é
preciso falar em uma nova "elite" que elege: entre elas estão às
redes sociais e o seu manuseio. Já virou refrão: "muitos observam poucos.
Pouco que são observados são as celebridades”.
Vicente de Percia
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