AGORA
Em pleno o verão o frio chega
e com ele o universo conformado
com a mudança repentina
discorda.
A armadilha do tempo aparece
através da chuva leve,
do vento de hastes sustenidos,
dando de beber em folhas cheias
aos fortes troncos das árvores.
Tudo parece irreal
como os amores que surgem
com as estrelas
- presas facéis dos encontros
entre cheiro de resinas e suores –
Eu gostaria mais do que lembrar de você,
para deixar de andar em círculos,
de cantar em inútil ritmos
de desperdiçar o meu tempo.
A história da tristeza e da alegria
é como o olhar leal do meu cão,
direto.
É como a melodia de Mozart
que se repete com constância
e cria cenários diferentes.
Talvez, não esteja tão perdido
como penso estar.
Talvez, porque acredite
Que você me chamará.
Ouço o murmurio das asas da brisa
como um prelúdio.
do mesmo modo
que em pleno verão
o frio voltou
em um dia de verão.
Vicente de Percia
10 de novembro de 2012
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