Baratos e tradicionais, são relíquias gastronômicos, remontam ao fim do século XIX e multiplicaram-se após II Guerra
Todo em madeira, o Bar Mleczny Familijny, ou Milk Bar Familiar, contrasta com os restaurantes caros da Avenida Nowy Swiat, a mais badalada e cosmopolita de Varsóvia. Um passo adentro e o cardápio todo em polonês só deixa entrever que há, sim, pierogi, os pasteizinhos cozidos com vários recheios, entre outras dezenas de pratos – ilegíveis sem um dicionário no bolso – com preços em torno de um euro.
O caminho para o caixa, primeira parada antes de pegar a comida, mais parece uma trilha rumo ao confessionário. A operadora fica atrás de uma tela de madeira e só fala o básico em polonês. O pedido é para ser feito rápido, porque o prato sai um passo à frente, sem demora. Na fila, tente contar com a ajuda de alguém solidário para fazer o pedido. Na dúvida, tente bigos (repolho com carne de porco desfiada e purê de batata). Não tem como errar na dicção.
Os milk bars são uma instituição polonesa do final do século XIX. Após o fim da Segunda Guerra Mundial, em que 80% de Varsóvia foi destruída, e a adoção do comunismo soviético, eles se mantiveram na ativa como os restaurantes do trabalhador – baratos e de comida caseira. Depois de 1989, muitos fecharam e os remanescentes são mantidos com subsídio do governo. Vivem lotados.
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